Moscas podem transmitir mais doenças do que pensávamos, aponta estudos

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Os cientistas encontraram o patógeno Helicobacter pylori, causador da úlcera em humanos, em 15 das moscas analisadas – a grande maioria delas coletada aqui no Brasil. (Foto: IStock/Getty Images)

Se você acha que moscas são animais pouco higiênicos, a ciência acaba de encontrar evidências de que você tem toda a razão. Um estudo publicado na última semana no periódico Scientific Reports sugere que os pequenos insetinhos podem carregar centenas de bactérias causadoras de doenças.

“Acreditamos que isso pode evidenciar um mecanismo para a transmissão de patógenos [microrganismos causadores de doenças] que foi negligenciado por oficiais de saúde pública. As moscas podem contribuir para a transmissão rápida de agentes patogênicos em situações de surto”, afirma em comunicado o bioquímico e coautor do estudo Donald Bryant, da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos. Segundo os pesquisadores, cada parada que uma mosca faz em uma superfície – como, por exemplo, no seu prato de almoço – deixa uma trilha de colônias de micróbios.

O estudo analisou os germes presentes em 116 moscas comuns e varejeiras, coletadas em três continentes diferentes. Segundo os resultados, as asas e as patas são as partes do corpo dos insetos com maior concentração de bactérias. Os cientistas encontraram o patógeno Helicobacter pylori, causador da úlcera em humanos, em 15 das moscas analisadas – a grande maioria delas coletada aqui no Brasil.

Além disso, o estudo indica que moscas urbanas costumam apresentar mais patógenos do que as que foram encontradas em zonas rurais. Isso sugere que o número de bactérias presentes nos insetos aumenta em ambientes onde há maior concentração de pessoas.

“Isso realmente vai fazer você pensar duas vezes antes de comer uma salada de batata que ficou ali por um tempo no seu próximo piquenique”, brinca Bryant. “Talvez seja melhor fazer esse piquenique na floresta, longe dos ambientes urbanos, e não em um parque.”

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