Mosquitos matam mais de 750 mil por ano, diz documentário

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mosquito aedes aegypti transmissor zika e dengue - Pragas e Eventos

Mais de 750 mil pessoas morrem anualmente no mundo por causa de picadas de mosquitos, o que transforma este animalzinho em 180 vezes mais letal do que leões, crocodilos e tubarões juntos, de acordo com o documentário “Mosquito”, dirigido pela canadense Su Rynard.

A zika, a malária, a dengue e o vírus do oeste do Nilo são algumas das doenças transmitidas por estes insetos, de acordo com os especialistas presentes no filme, que alertam sobre uma possível pandemia mundial pela rápida expansão de vírus letais para os seres humanos. Atualmente, mais de 2,5 bilhões de pessoas estão expostas a um possível surto de zika e tratar essa quantidade de gente custaria mais de US$ 500 bilhões, segundo o filme.

Durante a apresentação do documentário na Espanha, Óscar Soriano, cientista do Centro Superior de Pesquisas Científicas, explicou durante a apresentação do documentário que as doenças com origem no hemisfério sul, geralmente, são transportadas por quatro espécies: Aedes albopictus – o mosquito Tigre Asiático -, Culex, Anopheles Gambiae e Aedes Aegypti.

Devido à “globalização e a proliferação dos meios de transporte”, segundo o especialista, os vírus procedentes da África, da Ásia e da Ibero-américa são capazes de alcançar climas “menos propícios” para a sobrevivência dos insetos. “Mosquito” explica que, há poucos anos, ovos e larvas “morriam quando congelavam no inverno, especialmente nos países do hemisfério norte”, mas “com invernos cada vez mais quentes, os ovos sobrevivem” e, com eles, o risco de infecção.

A emergência médica reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2016 pelo aumento de casos de zika é o ponto de partida deste trabalho cinematográfico, que mostra como este vírus afeta as grávidas, de modo que “um de cada dez recém-nascidos sofre dano cerebral”. A esta doença se somam a malária, a febre amarela, o vírus do oeste do Nilo e a dengue, “a doença transmitida por mosquitos que mais rápido se estende no planeta: de 50 a 100 milhões de novas infecções ao ano”.

Segundo Soriano, em alguns casos, o ímpeto de se proteger das doenças transmitidas por mosquitos provoca efeitos colaterais. O aumento das fumigações com químicos, por exemplo, “também mata abelhas, borboletas, traças… quebrando o equilíbrio natural”.

A luta integrada – combater um inseto com outro, sem produtos químicos intermediários – é uma das opções que o filme mostra para deter a reprodução. O documentário, que terá estreia mundial na próxima quinta-feira, na “Discovery Channel”, “tenta ser um alerta” à sociedade, autoridades e instituições para que realizem um esforço conjunto em nível mundial para “prevenir o crescimento da população de mosquitos e combater as doenças que eles propagam”.

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