RIO – Exames confirmaram o segundo caso de leishmaniose em criança de uma mesma família , no Morro Camarista Méier. Hihana Patrícia, de 2 anos, apresenta problemas no baço e no fígado, mas já está em tratamento. O irmão, Miguel Ângelo, de apenas 3 anos, faleceu no dia 4 de fevereiro da doença. Na manhã deste sábado, a notícia de que a caçula Maria Luiza, de apenas dez meses não foi infectada, trouxe alívio ao casal Leonardo Monteiro de Matos e Meirielem de Oliveira. Ela também está internada na mesma unidade, mas com problemas de infecção respiratória.
— Graças a Jesus a Maria Luisa não está com a doença e a Hihana já está recebendo antibiótico — afirmou a mãe.
Meirielen acredita que o menino faleceu por erro de diagnóstico no equipe médica da UPA do Engenho de Dentro:
— Eles ficaram fazendo lavagem, mas não fizeram um único exame de sangue para ver o que estava acontecendo. E ele só foi piorando. Levamos ele para a do Engenho Novo, onde foi confirmado, mas a doença já estava avançada. Ele foi transferido para o Hospital da Lagoa, mas já era tarde — contou a mãe.
Segundo ela, alguns dias depois da morte do filho, Hihana também começou a se queixar de dor abdominal, o que levou a mãe a suspeitar que a criança pudesse estar infectada.
— Quando eu vi que a barriga dela estava inchando, como aconteceu com Miguel Ângelo, corri para o hospital. E como a Maria Luísa estava chorando muito, fiquei desconfiada que também estava doente, mas está tudo bem com ela — concluiu.
Neste sábado pelo menos seis familiares da família foram levados para a realização de exames de sangue no Posto de Saúde Milton Fontes Maragão, no Engenho de Dentro. Eles receberam apoio do presidente da Associação de Moradores, Rafael Amorim, que conseguiu com a Prefeitura que uma van fosse disponiblizada para levar a família. A preocupação é com o risco de propagação da doença.
— Estamos aqui no posto, com o pessoal da Vigilância Sanitária e a direção do posto, cederam uma van da Prefeitura para que púdessemos trazer parte da familia que mora no mesmo perímetro para que fizessem uma availiação médica para saber se há mais alguém com o virus da Leishmaniose. A princípio estão todos bem.
Segundo Rafael Amorim, nas últimas semanas a Subsecretaria de Vigilância, Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses realizou seis visitas ao Camarista Méier, examinando 80 cães, sendo que dois foi encontrada a presença do protozoário.
— Até agora, os exames de reagente deram positivo para dois cães. Estes mosquitos que transmitem Leishmaniose, eles não se reproduzem na água limpa e parada, como é o caso da dengue. Proliferam com material orgânico, ou seja, restos de comida. Além disto, ests famílias moram numa região de mata. Estamos tentando ver com Centro de Referencia de Assistencia Social, a inclusão delas num projeto do Minha Casa, Minha Vida — afirmou Rafael Amorim.
Entre os parentes que foram examinados pela manhã no posto de Saúde Milton Fontes Maragão, estava Carla Patrícia Monteiro de Matos, irmã de Leonardo e cunhada de Meirielem. Ela levou o filho, a cunhada e os netos para fazerem exames de sangue.