Três pessoas e duas empresas em Belo Horizonte são alvos de mandados de busca e apreensão nesta quarta-feira (21) na Operação Amphíbia. A Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) investigam uma organização criminosa suspeita de fraudar licitações e desviar recursos federais e estaduais na prestação de serviços para a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.
Quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Dois contra as duas empresas e os outros dois em duas residências, sendo que em uma delas duas pessoas são alvo de investigação.
A ação contou com a participação de 18 policiais federais e cinco auditores. Os valores pagos à empresa envolvida, somente pelo estado de Minas Gerais, chegam a R$ 68,58 milhões nos últimos dez anos, segundo a CGU. O prejuízo total aos cofres públicos ainda não foi calculado.
A polícia informou que os serviços prestados foram em eventos referentes ao combate à dengue e à gripe. A investigação teve início após a controladoria auditar um contrato celebrado entre a secretaria e a empresa com vigência entre 13/06/2012 e 12/06/2016.
A PF informou que a quadrilha é suspeita de manipular e direcionar as normas do edital de licitação das empresas prestadoras de serviços de publicidade para aumentar os lucros e reduzir encargos, beneficiando a organização que participava do esquema. Há suspeita de envolvimento de servidores que possuíam vínculos direto ou indireto com a empresa contratada.
Conforme a investigação, o nome da Operação Amphíbia se justifica por este revezamento nos vínculos empregatícios.
Por meio de nota, a secretaria informou que iniciou em outubro de 2015 uma auditoria do contrato com a empresa SP Promoções celebrado na gestão anterior, em 11 de junho de 2012, a qual apontou irregularidades.
“A Secretaria de Estado da Saúde suspendeu todos os eventos previstos no contrato tão logo constatou as irregularidades. Cabe agora às autoridades competentes darem prosseguimento às investigações e esclarecer os fatos”, disse.
Nesta manhã, buscas foram feitas nas empresas SP Promoções e também na Varkus Eventos, citadas pela investigação. A proprietária informou que foi surpreendida pelos policias e que entregou documentos e notas fiscais. Os nomes das pessoas não foram revelados.