País terá até 2018 exame sorológico que detecta zika

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O Brasil deve ter, até o início de 2018, um exame sorológico preciso para detectar a infecção por zika vírus. Atualmente, a forma mais eficaz de detectar o vírus é por meio dos testes moleculares, que são mais caros e cujos resultados demoram mais.
“Finalmente, depois de dois anos, podemos dizer que conseguimos um teste sorológico realmente eficaz para detectar o zika vírus”, diz o médico virologista Edison Luiz Durigon, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) que está em Belo Horizonte participando do 28º Congresso Brasileiro de Virologia, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

De acordo com Durigon, o novo teste permite verificar se a pessoa já teve ou tem o zika vírus. “Até agora, estamos vendo somente a ponta do iceberg, mas não sabemos quantas pessoas foram infectadas”, diz.

Os testes atuais, explica o virologista, não permitem dizer quantos casos de zika estão ocorrendo no país. Durigon diz que, com esse exame sorológico, será possível realizar estudos em gestantes e saber quantas delas já tiveram infecção pelo vírus e, dessas, quantas tiveram bebês com microcefalia.

“Uma das preocupações é que o exame tenha um preço justo para poder ser usado também pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, afirma.

Mutação. O pesquisador falou também sobre uma possível mutação do zika vírus. Segundo ele, o vírus está se modificando tão rapidamente que há risco de surgirem, num futuro breve, sorotipos diferentes do patógeno, como já acontece com a dengue. “Quanto mais pessoas infectadas, mais grave a situação se torna”, diz.

Segundo ele, hoje existe apenas um único zika e, uma vez infectada, a pessoa se torna imune. Mas o vírus está em franca mutação, e não será surpresa se, em breve, surgirem os zika vírus 2, 3, 4. Essa conclusão foi feita com base em pesquisas realizadas com dois homens e uma mulher.

“Semana a semana, nós comparávamos o que havia de diferente no genoma viral. Em todos os casos, o patógeno que encontramos no estágio final da infecção não era o mesmo que entrou no paciente”, conta. O grau de mutações não foi suficiente para dizer que o vírus é novo. “Mas ele está mudando. Então é um alerta”, afirma.

Transmissão sexual. O médico virologista Edison Luiz explica que, como há a possibilidade do vírus ser transmitido através da relação sexual, os homens também devem usar repelentes.

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