Por que os escorpiões agora preocupam?

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Adaptação

O número de casos de envenenamento por escorpiões no Brasil cresceu 600% em 15 anos. A maioria dos acidentes foi atribuída ao escorpião-preto.

Esse aumento parece ser resultado da expansão urbana sobre áreas antes ocupadas por matas, do acúmulo de lixo e entulho que atraem insetos que servem de alimento, e da capacidade desses animais de se adaptarem a ambientes variados, de florestas úmidas até desertos.

De acordo com os registros do Ministério da Saúde, os escorpiões provocaram a maior parte dos acidentes com animais peçonhentos no país, com 74.598 casos registrados, e causaram mais mortes (119) que as serpentes (107), em 2015.

Componentes do veneno de escorpião

Para tentar lidar melhor com esse problema crescente, pesquisadores do Instituto Butantan estão tentando compreender melhor como lidar com os venenos de cada espécie de escorpião.

A segunda finalidade da pesquisa é descrever os efeitos – muitas vezes inesperados – do veneno de escorpiões no organismo humano.

“O conhecimento sobre os componentes do veneno e seus efeitos ainda tem lacunas. Algumas espécies estão causando acidentes com manifestações clínicas diferentes das que até agora eram conhecidas,” afirma a médica Fan Hui Wen.

De modo geral, o veneno – formado por proteínas, enzimas, lipídeos, ácidos graxos e sais – age sobre o sistema nervoso, causando dor intensa e dormência muscular no local da picada. Com menor frequência se observam efeitos sistêmicos como vômitos, taquicardia, hipertensão arterial, sudorese intensa, agitação e sonolência.

A dificuldade de respirar caracteriza os quadros mais graves, verificados principalmente em crianças. As picadas por Tityus obscurus, comum na região amazônica, podem causar também efeitos neurológicos, com espasmos, tremores e uma sensação de choque elétrico.

Envenenamento por escorpião

Entre as cerca de 160 espécies de escorpião encontradas no Brasil, apenas 10 causam envenenamento em seres humanos.

Contudo, a equipe acabou de identificar o primeiro registro de um acidente classificado como grave – com espasmos musculares e alterações neurológicas – causado por Tityus silvestris, uma espécie comum na Amazônia, em geral associada a acidentes sem gravidade.

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