Internada desde o início de setembro, uma menina de dois anos e oito meses morreu no dia 1º de outubro, no Hospital de Clínicas, com diagnóstico de leishmaniose. A informação foi confirmada pela prefeitura de Porto Alegre na noite de quarta-feira. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), apesar de estar há cerca de um mês internada, a criança só teve o quadro de leishmaniose visceral constatado no fim de setembro. É a quarta vítima fatal da doença desde setembro de 2016.
Desde julho, a menina também passava por tratamento oncológico, sendo submetida a procedimentos como quimioterapia. Na UTI pediátrica, ao passar por biópsia de medula, foi notada a presença de estruturas compatíveis com o vírus de leishmania. Outra análise, realizada no Laboratório Central do Estado, deu resultado positivo para imunofluorescência.
No Morro da Embratel, região onde a menina residia, a prefeitura intensificou o trabalho da equipe de Vigilância em Saúde da SMS. Para prevenir a proliferação do mosquito palha, transmissor do vírus, mais de 40 toneladas de lixo foram removidas nas imediações da residência da família da menina, além da aplicação de inseticidas na área externa e interna.
Equipes da prefeitura realizam capacitações, com profissionais de saúde de unidades da Gerência Distrital de Saúde Glória Cruzeiro Cristal (GD/SMS), que abrange cerca de 50% das áreas considerados de risco para transmissão de leishmaniose na Capital. Para novembro, com a expectativa da melhora climática, a prefeitura pretende iniciar ações de orientação para profissionais de serviços de emergência e pronto atendimentos, onde serão apresentadas áreas de risco para a transmissão da doença em Porto Alegre.
Desde setembro do ano passado, cinco casos de leishmaniose foram diagnosticados na Capital. Quatro mortes foram registradas e apenas uma criança, que teve diagnóstico precoce, conseguiu ter o tratamento eficaz a tempo. Outras três suspeitas do vírus estão sendo em investigação, segundo a prefeitura.