SÃO PAULO – Nos dias mais quentes do verão, alguns desconfortos são relatados por moradores da zona leste de São Paulo diante da presença excessiva de formigas, baratas e insetos nas residências e ruas de alguns bairros.
Simone Ferreira estava na casa de sua prima e observou que na rua havia algumas baratas. “Acho que o calor e também a chuva fazem as baratas saírem dos bueiros. É nojento. E o problema é que elas entram nas residências. A gente costuma passar inseticida perto dos portões para impedir a entrada delas, mas tem cachorros na rua e ficamos com receio de passar algo que possa fazer mal a eles. Sinceramente, incomoda muito”, disse.
A proliferação das pragas urbanas, de uma maneira geral, é influenciada pela temperatura e pela umidade do ambiente, por isso, que no verão percebemos a infestação desses visitantes indesejados. “O aumento da temperatura acelera o metabolismo das pragas, tornando o ciclo de reprodução mais rápido. A barata de cozinha (Blatella Germânica), por exemplo, pode se desenvolver até 4 vezes mais rápido em locais úmidos e com temperatura média de 27ºC, do que em condições menos favoráveis”, esclareceu a diretora de Integração Regional da Associação dos Controladores de Pragas de São Paulo (APRAG) e da Smart Control, Carla Ronchi.
“Costumamos dizer que a presença de pragas urbanas em um ambiente é determinada pela presença dos 4 A’s: acesso, abrigo, água e alimento disponíveis”, ressaltou Carla Ronchi.
Nas proximidades da Avenida Águia de Haia e da Rua Rosa Mendes, na zona leste, moradores relatam que já viram até 20 baratas andando pelas ruas. “Mesmo quando não há lixos espalhados pela rua, as baratas aparecem. Quando chove, é ainda pior”, relatou o morador José Matias.
Dentro de casa, as formigas também incomodam as donas de casa. “Mesmo depois de limpar tudo, as formiguinhas ficam andando nos móveis, mesmo onde não tem comida. Sem contar os pernilongos, que também gostam de aparecer nesta época do verão”, ressaltou Marilda Araújo. Ela também acrescenta que muitas baratas estão saindo dos esgotos.
“É dever do poder público, a manutenção de fatores ambientais de risco à saúde, como saneamento básico, limpeza das áreas públicas, a observação de terrenos baldios, limpeza de bueiros e córregos, além é claro, de ajudar a promover a educação ambiental. Em algumas situações, somente um olhar especialista com treinamentos e equipamentos adequados podem identificar corretamente o tipo e gravidade do problema”, reforçou a diretora de Integração Regional da APRAG.
Algumas atitudes podem ser tomadas no sentido de eliminar as condições que propiciam a presença de pragas:
– Inspecionar periodicamente e cuidadosamente caixas de papelão, caixotes, atrás de armários, gavetas e todo tipo de material que possa servir de transporte ou abrigo às pragas e suas crias;
– Limpar todo o local cuidadosamente, bem como todos os pertences nele inclusos – fornos, armários, eletrodomésticos, coifas, área embaixo da pia ou onde quer que possa ocorrer acúmulo de gordura e restos de alimentos;
– Acondicionar o lixo em sacos plásticos e dentro de latas apropriadamente fechadas e limpas;
– Vedar frestas, rachaduras e vãos que possam servir de abrigo;
– Colocar telas, grelhas, ralos do tipo ‘abre-fecha’, sacos de areia, entre outros, para impedir a entrada desses insetos pelos ralos e encanamentos.
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informa que denúncias e reclamações de munícipes, bem como de entidades públicas e privadas, são recebidas por meio do telefone 156 ou pelo portal.
As solicitações geradas são automaticamente encaminhadas às Unidades de Vigilância em Saúde (UVIS) local, que tomam individualmente as providências cabíveis, conforme o caso, após vistoria e avaliação de risco pela autoridade sanitária competente.
É importante ressaltar que a proliferação de animais como escorpiões e ratos está diretamente ligada a hábitos como descarte irregular de lixo e entulho em locais como córregos, praças, terrenos baldios e bueiros. Dessa forma, a parceria entre poder público e população é fundamental para evitar a propagação de pragas urbanas.
“No caso dos mosquitos, a presença de água é fundamental para a proliferação, já que é o meio pelo qual formam-se os criadouros. O aumento da temperatura também favorece o desenvolvimento desses insetos. Para evitar a propagação de mosquitos como o Aedes aegypti, responsável pela transmissão da dengue, a prefeitura lançou, em novembro do ano passado, o Plano Municipal de Enfrentamento às Arboviroses, que prevê, entre outras coisas, ações de controle de vetores e intensificação das inspeções realizadas por agentes de saúde em áreas que possam abrigar criadouros do mosquito Aedes aegypti“, destacou a nota.
Segundo a secretaria, as ações de mobilização tem como objetivo engajar toda a população para adoção de medidas que eliminem os locais que possam acumular água, como a limpeza de calhas, manter piscinas limpas e tratadas, embocar garrafas, galões e outros recipientes, cobrir tambores, tanques e caixas d’água.
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