Secretaria de Saúde de Americana (SP) confirmou, nesta quinta-feira (7), a sexta morte por febre maculosa na cidade este ano. A vítima é uma menina de 7 anos, que morreu no dia 4 de maio quando estava internada no hospital de Clínicas da Unicamp, em Campinas (SP). A doença é transmitida por carrapato.
O número de mortes pela doença na cidade em 2018 é o maior dos últimos nove anos. No caso da criança, ela morava no bairro Antônio Zanaga.
Durante a investigação do caso, a Prefeitura tinha a informação de que ela não teve histórico de deslocamento para áreas de risco. Nesta quinta, no entanto, a Secretaria de Saúde apurou com a família que a menina esteve com familiares sob a ponte do Rio Piracicaba próximo ao Museu do Salto Grande, mesmo local onde outras quatro pessoas infectadas morreram pela doença.
Veja, abaixo, a lista dos locais com maior incidência de carrapatos.
A Prefeitura recebeu, até o momento, 13 notificações da doença. Seis casos foram confirmados, todos com morte; quatro seguem em investigação, sendo três pacientes que tiveram alta e uma morte; e três casos foram descartados.
Outros casos confirmados
Entre as vítimas estão cinco homens com idades entre 23 e 65 anos. A maioria dos pacientes apresentou sintomas parecidos, entre eles, vômito, dores abdominais e musculares, náuseas, erupções cutâneas; e em alguns casos, icterícia.
Segundo a Saúde, a primeira morte confirmada por febre maculosa é a de um jovem, de 23 anos, que morava no Jardim São Paulo. Ele foi internado no Hospital Municipal com febre e, de acordo com a assessoria, há relatos de que esteve em um pesqueiro em Nova Odessa (SP).
Nos demais quatro casos, as pessoas teriam passado pelas margens do Rio Piracicaba durante pescarias. A área é considerada de risco.
Entre as vítimas estão: um homem de 53, morador do São Vito; dois moradores de 59 e 65 anos da área do Antônio Zanaga, e um morador de 60 anos, do bairro Vila Bela.
Áreas de risco
- Carioba (pesqueiros do Rio Piracicaba, próximos ao Parque Têxtil da Rua Carioba)
- Casa de Cultura Herman Müller (mata ciliar adjacente ao Ribeirão Quilombo)
- Rio Jaguari (região pós-Represa do Salto Grande / chácaras nas proximidades da Colônia Agrícola do Sobrado Velho)
- Museu Histórico (pesqueiros na confluência dos Rios Atibaia e Jaguari)
- Assentamento Milton Santos (matas ciliares do Rio Jaguari e Córrego Jacutinga)
- Ponte do Rio Piracicaba / Rodovia Anhanguera (pesqueiros locais)
- Rio Piracicaba (pesqueiros na proximidade do Centro de Detenção Provisória de Americana)
- Represa do Jardim Imperador (área do Portal dos Nobres)
- Praia dos Namorados (orla da Represa do Salto Grande)
- Bairro Mirandola (pastos e matas periféricas)
- Praia do Zanaga (braço da Represa do Salto Grande entre os Bairros do Zanaga e Vale das Nogueiras)
- Usina da CPFL (Represa do Salto Grande)
- Praia Azul (orla da Represa do Salto Grande)
- Ribeirão Quilombo (toda a extensão)
- Área Verde do Parque Nova Carioba (mata ciliar do Córrego Bertini)
Cuidados no contato com carrapatos
Moradores devem evitar áreas de risco ou tomarem cuidados como:
- Usar roupas claras porque facilitam a visualização dos carrapatos
- Colocar a barra das calças dentro das meias e calçar botas de cano alto
- Examinar o corpo cuidadosamente a cada três horas, porque os carrapatos transmitem a bactéria causadora da febre maculosa, depois de algumas horas após a picada na pele
- Cuidado ao retirar o carrapato que estiver grudado à pele, fazendo-o mediante leve torção
- Procurar o serviço de saúde e informar ao médico sobre contato com carrapatos, caso apresente febre alta, dores no corpo e de cabeça, calafrios e manchas avermelhadas na pele em período de dois a 14 dias após frequentar áreas consideradas de risco para a doença.