No Centro Regional de Saúde (CRS) do Aero Rancho está sendo aplicado um produto a base de naftaleno, além técnicas de manejo para repelir os pombos.
Em junho deste ano o Ministério Público Estadual (MPE) abriu inquérito baseado em laudo do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e que mostrava “invasão” de pombos na Unidade Básica de Saúde (UBS) e no CRS do Aero Rancho.
Conforme informações da Prefeitura, a equipe de manutenção da Sesau instalou as pedras de naftaleno nas vigas metálicas que sustentam o telhado e ficam expostas na parte interna da unidade. Por fora do prédio, foram instaladas telas nas vigas e nos aparelhos de ar condicionado.
A técnica está em estudo para testar a efetividade da ação. A médica veterinária do CCZ, Silvia Barbosa do Carmo, explica que o naftaleno é uma substância de fácil evaporação e que exala um forte odor, o que espanta a presença dos pássaros no local.
“A instalação das pedras do naftaleno é uma medida paliativa até que sejam instalados telas ou forros que impeçam que as aves utilizem os beirais das vigas como forma de alojamento”, detalhou a médica veterinária. Medida para resolver o problema definitivamente é estudada pela Sesau.
Conforme informações da Prefeitura, nas primeiras horas após a instalação das pedras de naftaleno, as aves deixaram de utilizar as vigas como abrigo e procuraram outros locais afastados para se alojarem. A Prefeitura ainda garante que a equipe de limpeza do CRS Aero Rancho realiza a higiene do local várias vezes ao dia, impedindo que as fezes possam transmitir doenças aos usuários e funcionários.
INVESTIGAÇÃO
Inicialmente, o inquérito do MPE tinha sido aberto para apurar falta de médicos, equipamentos e insumos no posto 24h do Aero Rancho, mas as investigações apontaram o problema com os pombos e ainda outras 90 “inconsistências sanitárias”.
O laudo anexo identificou o alojamento desses animais e de suas fezes em seis locais distintos: nos aparelhos de ar condicionado, nas estruturas metálicas do telhado, perto das luminárias, nos vãos entre as paredes internas, nos pilares de concreto e nos vãos de acesso ao forro.
Na época, o relatório de vistoria destacou que se chegou a instalar telas em parte dessas áreas, “porém, não foram instaladas e fixadas adequadamente”, o que permitiu que os pombos continuassem acessando as unidades e “ofertando vãos e fácil acesso para pouso das aves”.
Sobre as telas, o laudo sustenta também que não houve manutenção delas e “se apresentam sujas de fezes e penas” e ainda que se desprenderam, “permitindo que as aves pousem sobre as estruturas anteriormente vedadas”.
PREVENÇÃO
Os pombos são animais que se adaptaram a viver junto ao homem e precisam de água, alimento e abrigo. Medidas preventivas são justamente limitar estas fontes, como não alimentar os pombos, recolher sobras de alimento de animais domésticos, aves de gaiola e criações, além da instalação de telas ou alvenaria nos vãos dos telhados para impedir a entrada dos pombos.
DOENÇAS
Doenças como criptococose, histoplasmose e clamidiose são transmitidas por meio de inalação da poeira resultante das fezes secas dos pombos. Elas podem afetar as vias respiratórias e o sistema nervoso central.
A salmonelose é outra doença e pode ser transmitida pela ingestão de alimentos contaminados por fezes de e compromete o aparelho digestivo. Ácaros de pombos provenientes de aves e ninhos também podem causar dermatites em contato com a pele do homem.