Ratos assustam Secundária do Restelo

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- Pragas e Eventos
Paulo Spranger/Global Imagens

Manel estava a ter uma aula no pátio da Escola Secundária do Restelo, em Lisboa, na quarta-feira da semana passada, quando o inesperado aconteceu: “Chamaram-me a atenção de que havia um rato numa palmeira. Quando nos virámos, vimos cinco ratazanas a subir e a descer a árvore. Ao lado, no telhado, havia mais três.” Contactado pelo DN, o diretor do Agrupamento de Escolas do Restelo, Júlio Santos, reconheceu o problema, mas garantiu que “a situação já está resolvida”.

Foi com surpresa e algum pânico que os alunos da turma do 11.º ano reagiram quando se aperceberam da presença dos ratos na escola. “Ficou um ambiente de insegurança. Já ninguém queria passar naquele sítio.” Ao DN, a mãe deste aluno mostrou-se bastante preocupada com aquela que considera ser “uma questão de saúde pública”. “Acho nojento. Se uma ratazana morder alguém, pode ser um problema”, afirmou.

Mário Durval, especialista em saúde pública, diz que “se efetivamente fossem ratazanas, existiam riscos, mas não se sabe até que ponto seriam um perigo efetivo”. Para o serem, “é preciso que estejam infetadas”. Além disso, “quando são ratazanas, há o risco de atacarem e morderem caso se sintam encurraladas”. Ressalvando que não conhece pormenores do caso, o especialista lembra que “é impossível acabar com os ratos”, devido à sua elevada resistência, pelo que “o objetivo em saúde pública é controlar o seu desenvolvimento”.

Segundo o diretor do agrupamento, foi chamada, de imediato, a empresa de desinfestação com a qual o agrupamento tem contrato anual de assistência. Júlio Santos diz que o que originou a praga de ratos foi uma palmeira, atacada pela “praga das palmeiras”, que estava a servir de “habitat” para os roedores. Com a ajuda da Junta de Freguesia de Belém, a palmeira foi removida e, segundo o responsável, “a zona está limpa”. “A situação está resolvida”, assegurou.

Este não é, contudo, o único problema da escola. Devido à falta de condições dos balneários, os professores de Educação Física suspenderam as aulas práticas no início do ano letivo. Júlio Santos adiantou que “a solução é, para já, uma intervenção rápida para criar as condições mínimas e depois passar para uma reabilitação mais profunda”. Construída no pós-25 de Abril, a escola deveria ter entrado na fase 3 de reabilitação pela Parque Escolar, mas com a mudança de política a situação “ficou ainda pior”. “Temos procurado sensibilizar a tutela para a necessidade premente de uma intervenção”, afirmou Júlio Santos. Pais e alunos denunciam, ainda, problemas com estores, caixilharias e climatização.

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