A associação dos catadores de papéis do Setor de Garagens Norte foi interditada após a morte do catador de materiais recicláveis, Marcelo Nunes da Silva, de 20 anos, por leptospirose. Ele trabalhava na associação de catadores de papéis há 2 anos e é a primeira vítima da doença –transmitida pela urina de ratos – no Distrito Federal em 2019.
O grupo tem convênio com o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) que, após o caso, transferiu duas cooperativas para galpões no SAAN e Scia, de forma definitiva.
A morte do catador foi confirmada pela Secretaria de Saúde do DF nesta quarta-feira (3). A Vigilância Ambiental afirma que são grandes as chances da infecção ter acontecido no ambiente de trabalho.
A presidente da associação de catadores de papel, Luzia Borges, diz que as condições de trabalho eram péssimas. Luzia, que também é catadora, diz que Marcelo era um funcionário exemplar. Os pais do Marcelo também são catadores, mas desde a morte do filho não voltaram ao trabalho.
Segundo o SLU, todos os galpões de triagem serão lavados com o apoio de caminhões pipa e desratizados a partir desta quinta-feira (4). O órgão afirma que o galpão onde Marcelo trabalhava já foi desratizado e ficará fechado.
“As duas cooperativas que ocupavam o local há muitos anos de maneira informal estão sendo contratadas pelo SLU”. Segundo o órgão, os contratos não foram assinados antes porque as cooperativas não possuíam toda a documentação necessária.
Casos confirmados
Os dados levantados pela pasta mostram que, de janeiro a março de 2019, seis casos da doença foram confirmados no DF. O número é quase o mesmo que o registrado nos doze meses do ano passado, quando ocorreram sete casos de leptospirose. Nesse período, quatro pessoas morreram.
O levantamento da Saúde indica que, em 2017, sete pessoas também foram contaminadas, e uma pessoa morreu por causa da doença.