“Uma metodologia em fase de testes reduziu em 90% o índice de infestação de mosquitos Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya, em três bairros de Jacarezinho, município do Norte Pioneiro paranaense. Baseada na soltura de insetos machos estéreis, a técnica difere do que é feito em outras regiões do país por não utilizar mosquitos modificados geneticamente.
Para o estudo, foram realizados monitoramentos em três localidades da cidade selecionadas para a liberação dos insetos, chamados de bairros tratados, e em outros três em que não houve interferência, os bairros controle. Todos os bairros apresentavam Índice de Infestação Predial (porcentual de imóveis com larva do vetor) acima de 11% antes do início do projeto.
A última liberação de insetos está prevista para a semana que vem, quando os pesquisadores completarão 31 solturas e aproximadamente 12,5 milhões mosquitos estéreis introduzidos no município. O monitoramento dos bairros será realizado até o fim de maio, quando o projeto piloto será considerado concluído.
Dois dos três bairros tratados – Aeroporto e Novo Aeroporto – chegaram ao nível zero no último Levantamento Rápido de Índices de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa), divulgado no dia 10 de abril. Já na Vila Leão, onde também houve tratamento, o índice ficou em 2,4%. A média da cidade é atualmente de 7,8%, segundo a secretaria municipal de Jacarezinho. Índices acima de 4% são indicadores de risco de surto.
“Na área controle [Dom Pedro Filipack, Vila São Pedro e Vila Marta], os porcentuais continuam preocupantes, acima de 15%”, diz a bióloga Lisiane de Castro Poncio, da Forrest Innovations, que coordena o projeto. Em relação às infecções, dados preliminares indicam que, no período, foram contabilizados mais de 40 casos de dengue em moradores dos bairros controle, enquanto a área tratada registrou apenas três ocorrências. “Em conversa com a população, concluímos ainda que os pacientes não contraíram a doença nos bairros tratados.”