Quando o período chuvoso chega na Cidade, traz com ele a alta incidência de viroses. Os relatos de febre, dor no corpo, vômito e diarreia são comuns. Eles podem ser causados por uma infinidade de tipos de vírus, mas a maioria dos casos é notificada, de forma ampla, como uma virose.
Além de demandar diagnóstico e cuidados essenciais, principalmente para perfis de risco como crianças e idosos, é preciso se antecipar às notificações. É tempo de prevenir. Os cuidados principais envolvem lavar bem as mãos e o bom manuseio dos alimentos.
Conforme Anastácio Queiroz, médico infectologista e professor da Faculdade de Medicina (Famed) da Universidade Federal do Ceará (UFC), o quadro pode ser identificado como doença infecciosa aguda ou gastroenterite aguda, dependendo de como se apresenta nos diferentes indivíduos.
O aumento da proliferação nos períodos de maiores precipitações se dá, principalmente, por causa da ampliação de moscas e insetos. Por pousarem em muitos locais e terem as patas sujas, eles são veículos de transmissão de doenças. Por isso, um dos nomes populares da doença é “virose da mosca”.
Ambientes com aglomeração de pessoas, nesse período, facilitam a proliferação da doença. Pessoas que vivem em habitações úmidas são mais suscetíveis a serem acometidas pelo quadro viral.
O diagnóstico preciso é importante para que a doença não seja confundida com outros tipos de enfermidade e receba o tratamento adequado, frisa o médico do Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ). Anastácio Queiroz ressalta que as populações mais suscetíveis são as que “habitam áreas alagadas, casas que não têm todas as condições adequadas”. Quando os sintomas aparecem, é importante se hidratar e ingerir alimentos leves.
VIROSE: Como prevenir e cuidar
Prevenção
Nesse período de chuva, tudo que vai ser ingerido precisa ser manuseado com cuidado redobrado. Quem vai preparar alimentos tem de lavar bem as mãos. “É possível que a mosca ou outro inseto leve o micróbio, seja vírus ou bactéria, para os alimentos”, explica Anastácio Queiroz. Além disso, é sempre necessário lavar bem com hipoclorito de sódio os alimentos que serão comidos crus, como alface, acelga e rúcula.
Diagnóstico
Com o aparecimento dos primeiros sintomas, é importante procurar atendimento médico e se informar. “Ir a uma unidade de saúde mais próxima de casa e perguntar aos profissionais sobre o que fazer. É preciso uma avaliação qualificada”, frisa Anastácio Queiroz. Além do diagnóstico clínico, nos casos mais graves se faz necessário exame de sangue e de fezes para afastar outras doenças e não “colocar tudo no mesmo diagnóstico”.
Tratamento
O principal cuidado nos casos virais é a hidratação. Em uma doença viral o tratamento é sintomático, com analgésicos, antiespasmódico e soro via oral ou venal. Se for uma doença bacteriana é necessário tomar antibiótico. Além de beber muita água, a alimentação deve ser leve e rica em frutas, bem como livre de alimentos que aumentam o movimento intestinal, como gorduras e fibras.
Grupos de risco
A atenção deve ser redobrada nos indivíduos com perfis de risco, como crianças, grávidas, idosos e pessoas com doenças de base como diabetes, doenças cardíacas e respiratórias, e enfermidades que diminuem a imunidade, como tratamento de quimioterapia.
Chuvas
Devido ao aumento de circulação de moscas e mosquitos, o período de chuvas acaba sendo marcado pela alta incidência de viroses. As precipitações da pré-estação já abrem caminho para ocorrências.