Aparentemente inofensivos, os pombos causam transtornos com sua rápida proliferação e também representam um grande perigo à saúde público.
De acordo com o coordenador-geral da Unidade de Vigilância de Zoonoses (antigo Centro de Controle de Zoonoses – CCZ), Samy Barros, esses animais são de fácil adaptação ao meio urbano das cidades por encontrarem muitos locais de abrigo, como caixas de ar condicionado e áreas cobertas com forro. Esse fato, somado à ação voluntária das pessoas em alimentá-los, favorece a reprodução e permanência dessas aves em inúmeros locais da cidade.
“Se não tem comida fácil nem local de pouso, os pombos não se instalam. As pessoas precisam evitar disponibilizar alimentos para essas aves e ao identificar áreas de abrigo, fazer a colocação de telas ou remoção desses equipamentos. Desta forma, os animais são levados a procurar outras áreas mais distantes da população”, ressalta Barros.
O coordenador reforça ainda que, para as autoridades da área de saúde pública, assim como para a Organização Mundial de Saúde (OMS), os pombos são considerados uma praga urbana e comparados aos ratos no que diz respeito aos riscos de transmissão de doenças para os humanos, inclusive com risco de morte. Entre as principais enfermidades atribuídas aos pombos estão as doenças das vias respiratórias.
“Essas enfermidades são causadas pelo pó das fezes ressecadas do pombo, onde se alojam fungos causadores da histoplasmose, que dá origem a micoses profundas, da criptococose, que afeta os pulmões e pode causar meningite, além de encefalites virais, que afetam o sistema nervoso”, explicou Barros.
Como os pombos não devem ser mortos, devido à sua importância ambiental, a exemplo das outras aves, o coordenador da UVZ vem buscando um entendimento com o Ministério Público Estadual (MPE) para promover ações estratégicas que viabilizem a contenção de pombos na área urbana da capital.
“A ideia é, com o apoio dos promotores públicos, dar uma maior visibilidade ao trabalho educativo da UVZ para a população com as orientações relacionadas ao controle da proliferação dessa ave, reduzindo ou eliminando as chances de sua reprodução em meio urbano”, finalizou o coordenador.