A União de Freguesias de Évora exigiu esta terça-feira a “desinfestação urgente” do centro histórico da cidade, devido à alegada proliferação de pragas, mas o presidente da câmara refutou alarmismos e prometeu uma intervenção “no tempo certo”. “É importante agir rapidamente, que exista uma desinfestação urgente e que isso seja uma rotina, de acordo com os procedimentos dos especialistas”, afirmou à agência Lusa o presidente da União de Freguesias de Évora, Francisco Branco de Brito, eleito por uma coligação liderada pelo PSD.
O autarca falava a propósito de um comunicado desta união de freguesias sobre a alegada proliferação de pragas no centro histórico, classificado como Património Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, eleito pela CDU, recusou alarmismos sobre o problema, alegando que “não é uma situação generalizada”. “É uma situação que decorre fundamentalmente do tempo que estamos a viver, porque não chove e está muito calor”, sustentou, admitindo que “há uma proliferação de alguns espécimes em zonas pontuais” da cidade.
Pinto de Sá assegurou que o município “faz regularmente intervenções de desinfestação” na cidade e que o faz “de acordo com as regras que estão definidas e no tempo certo para as poder fazer”. “Por isso, estamos atentos e intervimos quando se justificar”, salientou.
Já o presidente da União de Freguesias de Évora alertou que a proliferação de pragas no espaço público, como ratazanas, baratas ou pombos, está a “tornar-se um problema de grande dimensão”. “São visíveis nas ruas ratazanas e baratas a saírem das sarjetas, o que não é agradável para moradores e turistas e também nos preocupa devido às doenças que podem advir desta situação”, frisou. Sublinhando que “a desinfestação é um procedimento comum”, Francisco Branco de Brito disse, contudo, não ter “notícia” de que este procedimento tenha sido realizado no centro histórico.
“O esgoto não tem um sistema separativo e a câmara insiste em não fazer esse sistema separativo”, pois, “o esgoto doméstico deveria ir para um coletor que não estivesse ligado às sarjetas”, defendeu.
Por sua vez, o presidente do município justificou a inexistência de um sistema separativo nos esgotos do centro histórico com a falta de “financiamento do Estado e da União Europeia” para este tipo de intervenções. “Quando houve financiamento, ele foi dirigido, sobretudo, para os sistemas em alta”, assinalou Carlos Pinto de Sá, indicando que as redes de abastecimento de água e saneamento no concelho necessitam de intervenções de “mais de 20 milhões de euros”. O autarca comunista considerou que, perante a falta de financiamento, “o município, por si só, não tem capacidade” para fazer uma intervenção estrutural e o que está a fazer é “intervir a pouco e pouco”.