Os morcegos são mamíferos e possuem tamanhos e cores variadas, no Brasil, por exemplo, existem espécies com diversas pelagens e colorações. Marques destaca que, os morcegos “são animais dotados de capacidade ultrassônica e podem se orientar no ambiente sem a necessidade de claridade”, além disso, “existem mais de mil espécies de morcegos no planeta e, apenas três delas se alimentam de sangue, já o restante prefere frutas, insetos, néctar e até mesmo peixes”, explica.
Apesar de causarem bastante medo na população devido ao modo como sempre foram retratados nos filmes e desenhos animados, os morcegos desempenham papel fundamental para a saúde dos ecossistemas terrestres. Para se ter uma ideia de sua importância, “eles são os maiores reflorestadores naturais do planeta, além de predadores de um vasto número de pragas agrícolas e de vetores de doenças”, explica Silva e Filho.
Seja por falta de informação de qualidade e por uma visão distorcidas referente a nocividade deles aos seres humanos o controle correto de morcegos não é realizado pelos órgãos competentes, havendo assim, a extinção desses mamíferos tão importantes para nós e para o planeta como um todo.
Sobre o evento – I ExpoMorcego
No dia 28 de outubro, foi realizada a mesa redonda intitulada “Políticas Públicas voltadas para Animais Silvestres” no I ExpoMorcego (Programa de Conservação de Morcegos no Brasil). O evento foi realizado na Universidade Paranaense – Unipar, no Campus de Cianorte, localizada no noroeste do Paraná e ocorreu entre os dias 27 e 29. Como se trata de um evento voltado para ações eficazes na preservação de animais silvestres contou com pesquisadores importantes, além da imprensa e de empreendedores e secretários do meio ambiente de diversos municípios.
A exposição foi fruto de uma parceria entre o IAT (Instituto Água e Terra), o IPCMBRASIL (Programa de Conservação de Morcegos do Brasil), a Semma (Secretaria do Meio Ambiente e Bem-Estar Animal de Cianorte) e a Unipar (Universidade Paranaense).
Nomes presentes na mesa redonda
Denilson Lehn – Diretor do Portal Pragas e Eventos. O maior portal especializado em desenvolver e partilhar notícias para o controle de vetores e pragas, além do desenvolvimento de lives e cursos educacionais para o setor.
Rafael Andreguetto – Diretor de Patrimônio Natural do Instituto de Águas e Terra do Paraná, apresentou os trabalhos e projetos do IAT para a Fauna e as espécies em risco de extinção.
Dra. Eleonora Trajano – PCMBrasil, falou do comportamento dos morcegos e seus benefícios para o meio ambiente, grande número de Famílias e espécies de Morcegos do Brasil.
Os três, debateram sobre o gerenciamento Ambiental desses animais, as melhores formas de preservar a flora e fauna no Paraná, bem como o coexistência dos animais silvestres e pôr fim a Lei Ambiental.
Denilson reforçou as formas seguras para a remoção e realocação de colônias de morcegos, sem agressões e até mesmo a morte dos animais “Os profissionais devem estar preparados para avaliar o momento certo da intervenção, pois em alguns casos as colônias tem filhotes e não podem ser removidos, devendo aguardar o momento em que estes já possam ser transferidos”, Denilson também destaca que no mercado existem produtos que não devem ser usados, pois encontram-se irregulares , “existem produtos no mercado prometendo o controle e podem incorrer em Crime Ambiental pela morte ou maus tratos aos Morcegos, para que seja feito qualquer ação, deve-se conhecer a espécie presente e se existe algum risco a saúde dos moradores”.
Sendo assim, para concluir a sua fala, “o melhor trabalho a ser desenvolvido para o Controle é a prevenção, ações de bloqueio dos acessos aos telhados, fechamento de frestas, aberturas, trincas, rejunte de vãos, para que não entrem e se abriguem nas residências.” Já a Dra. Susi Missel Pacheco falou da sua paixão pelo estudo dos Morcegos e da criação de um Congresso Internacional no Paraná para estudo mais completo sobre os morcegos.
Eventos assim visam desmistificar a imagem criada de que todos os morcegos se alimentam de sangue, trazendo assim informações relevantes sobre a diversidade e a importância destes animais para o Meio Ambiente, como polinizadores de plantas, e para a Saúde Pública. As palestras educativas sobre o meio ambiente é de suma importância, bem como a difusão de informações corretas pela mídia, pois desmistificam o senso comum e difundem qualidade de informação fazendo com que a população aprenda a importância de se preservas as espécies e o meio ambiente.
Por Kassia Beltrame