Um aumento de 170% no número de pessoas picadas por escorpiões tem causado preocupação aos moradores de Teixeira de Freitas, no extremo sul da Bahia. A quantidade de casos fez com que a prefeitura criasse o Serviço de Controle de Escorpiões.
De janeiro a outubro deste ano, 165 pessoas foram picadas na cidade. No mesmo período do ano passado, foram 61 casos.
“Tivemos realmente um aumento significativo. Em agosto, tivemos 10 vezes mais casos em relação a 2021, e no mês de setembro, 18 vezes mais”, disse a coordenadora da Vigilância epidemiológica, Kendra Alves Batista.
Nos últimos três meses, cerca de 91 casos foram registrados, uma incidência ainda maior em relação ao ano anterior. Uma das vítimas na cidade foi o aposentado Cícero Alves dos Santos, picado há um ano dentro de casa. Ele lembra ter sentido dores intensas.
“Fui no banheiro e ele estava no chinelo. Recebi uma ferroada e corri para acender a lâmpada. Piquei o chinelo nele e matei”, recorda.
Escorpião amarelo é típico do nordeste
O animal que picou o aposentado Cícero Alves dos Santos é da espécie Tityus Serrulatus, conhecido popularmente
como escorpião-amarelo e típica da região nordeste do Brasil.
Com a criação do Serviço de Controle de Escorpiões em Teixeira, é possível o monitoramento e atendimento específico para moradores.
Foi colocado à disposição da população um link onde são preenchidas informações como local da ocorrência e em qual parte do corpo foi a picada. além de características do animal.
“Com esse link, conseguimos gerar informações para uma equipe de monitoramento fazer a busca e captura desses animais de uma forma segura para a população e para os profissionais”, comenta o diretor de Vigilância em Saúde, Sandro Calefi.
Desmatamento e falta de higiene favorecem aparecimento
Os principais fatores para o aparecimento dos escorpiões são a questão climática, o desmatamento e a falta de higiene. Com essas condições, há chances de ampliarem a presença em terrenos e residências.
A picada de escorpião, se não tratada adequadamente, pode trazer sérias consequências, principalmente para crianças e idosos. Em alguns casos, o soro antiescorpiônico é fundamental para evitar morte.
A Vigilância Epidemiológica do município pede aos moradores atenção redobrada e continua o trabalho intensivo de captura desses animais. G1 Bahia
