Com a chegada do período chuvoso, um velho conhecido volta a preocupar os moradores de Campo Grande e diversas outras cidades brasileiras: o Caramujo Africano (Achatina fulica). A combinação de umidade alta e temperaturas amenas cria o ambiente perfeito para a proliferação descontrolada dessa espécie invasora, que além de destruir jardins, representa um sério risco à saúde pública.

Umidade favorece a invasão
Segundo alertas recentes da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) de Campo Grande, as chuvas frequentes aceleram o ciclo reprodutivo desses moluscos. Sem predadores naturais no ambiente urbano e com uma capacidade impressionante de reprodução, a infestação de caramujos africanos pode sair do controle rapidamente se medidas preventivas não forem tomadas.
Especialistas explicam que esses animais podem viver entre cinco e sete anos, e uma única fêmea é capaz de colocar centenas de ovos por vez. Eles buscam abrigo em terrenos baldios, quintais com entulhos e áreas com vegetação densa, saindo para se alimentar principalmente em dias nublados ou após a chuva.
Perigos para a saúde
O maior perigo não está na mordida, mas no muco que o animal secreta. O caramujo africano é um hospedeiro intermediário de vermes que podem causar doenças graves em humanos, como a meningite eosinofílica (causada pelo verme Angiostrongylus cantonensis) e a angiostrongilíase abdominal. A transmissão ocorre pelo contato direto com o muco ou pela ingestão de verduras e frutas mal lavadas que tiveram contato com o animal.
Como fazer o controle correto?
Para evitar a presença dessas pragas urbanas, a limpeza é fundamental. Manter quintais livres de entulhos, podar a vegetação e eliminar recipientes que acumulem água são os primeiros passos.
Caso encontre os animais, a orientação para o descarte seguro é rigorosa:
- Proteção: Nunca toque nos caramujos com as mãos nuas. Use luvas de borracha ou sacos plásticos.
- Coleta: Recolha os animais e os ovos (pequenas bolinhas brancas/amareladas encontradas na terra).
- Eliminação: A recomendação técnica é quebrar as conchas para evitar o acúmulo de água (foco de dengue) e enterrá-los em valas profundas com cal virgem. Outra opção é colocá-los em sacos reforçados para a coleta de lixo, desde que mortos previamente (com sal ou cal), embora o sal no solo não seja recomendado em grande escala pois prejudica o plantio.
Vale lembrar que o uso de venenos granulados (lesmicidas) deve ser feito com cautela para não atingir animais domésticos. Em casos de grandes infestações, o ideal é contratar uma empresa especializada em controle de pragas.



