Câmeras de segurança registraram o momento exato em que uma Sibipiruna de 16 metros caiu na Avenida Cassiopeia, atingindo parcialmente um veículo com família a bordo
Um incidente que poderia ter terminado em tragédia foi registrado na tarde da última terça-feira (13) em São José dos Campos, interior de São Paulo. Uma árvore de grande porte, com aproximadamente 16 metros de altura, desabou repentinamente sobre um veículo que trafegava pela Avenida Cassiopeia, no bairro Jardim Satélite, Zona Sul da cidade. Este tipo de ocorrência evidencia a importância do controle de pragas adequado em ambientes urbanos.
O momento exato da queda foi capturado por câmeras de segurança instaladas nas proximidades, mostrando o instante em que a árvore, da espécie Sibipiruna, tombou sobre a via em frente à escola municipal Mercedes Carnevalli Klein. Por sorte, apesar do susto e dos danos materiais, ninguém ficou ferido no incidente.
Família escapa por pouco
O veículo parcialmente atingido pelos galhos da árvore estava ocupado por uma família: Rafael Baqueta, sua esposa e seu filho. Em entrevista à TV Vanguarda, Rafael relatou os momentos de tensão vividos durante o incidente: “Vi a árvore caindo já na metade do carro e só consegui acelerar para salvar a minha família”, contou o motorista, visivelmente abalado.
As imagens de segurança também mostram que outros veículos, incluindo uma van escolar, passaram pelo local segundos antes da queda, escapando por muito pouco do acidente. A rápida reação de Rafael ao perceber o início da queda foi fundamental para evitar que o impacto fosse ainda mais grave.
Cupins subterrâneos: o inimigo invisível
De acordo com informações divulgadas pela Prefeitura de São José dos Campos, a causa principal do desabamento foi um ataque severo de cupins subterrâneos, que comprometeu a estrutura da árvore abaixo do nível do solo. Este tipo de infestação é particularmente perigoso por ser de difícil detecção visual, já que os danos ocorrem internamente e na região das raízes.
O caso levanta um alerta importante sobre a necessidade de monitoramento constante da saúde de árvores em áreas urbanas, especialmente aquelas localizadas próximas a escolas, residências e vias de grande circulação. Especialistas recomendam inspeções regulares e o uso de tecnologias específicas para identificação precoce de problemas estruturais em árvores de grande porte.
Tecnologia de ponta não detectou o problema
Um fato que chama atenção no caso é que, segundo a Secretaria de Urbanismo e Sustentabilidade do município, a árvore havia passado por uma vistoria técnica em março de 2022, aproximadamente um ano antes do incidente. Na ocasião, foram utilizados métodos avançados de diagnóstico, incluindo exames de ultrassonografia e penetrografia, que indicaram que a árvore estava em condições saudáveis.
A prefeitura informou que utiliza essas tecnologias desde 2021 para monitoramento de árvores em áreas de grande circulação, tendo analisado mais de 3 mil exemplares até o momento. No entanto, o caso evidencia que mesmo com tecnologias avançadas, alguns problemas podem passar despercebidos, especialmente quando se trata de infestações subterrâneas que afetam o sistema radicular. A dedetização preventiva em áreas urbanas pode ajudar a evitar situações semelhantes.
Impactos no trânsito e infraestrutura
A queda da árvore causou transtornos significativos para a região. Além dos danos ao veículo atingido, o incidente provocou o bloqueio completo da via e afetou a rede elétrica local. O trânsito precisou ser desviado por ruas laterais, causando congestionamentos nas vias adjacentes.
Equipes das secretarias de Mobilidade Urbana, Manutenção da Cidade, Educação e técnicos da empresa EDP, responsável pelo fornecimento de energia elétrica na região, foram mobilizados para o local. A remoção completa da árvore ocorreu apenas na manhã do dia seguinte, quarta-feira (14), quando a situação começou a ser normalizada.
Medidas preventivas
Após o incidente, moradores da região questionaram a eficácia dos protocolos de manutenção e vistoria de árvores na cidade. Em resposta, a prefeitura informou que está revisando seus procedimentos de monitoramento, especialmente para árvores localizadas em áreas sensíveis como proximidades de escolas e vias de grande circulação.
Especialistas em arborização urbana recomendam que, além das vistorias técnicas, os próprios cidadãos fiquem atentos a sinais que podem indicar problemas em árvores, como inclinação anormal do tronco, rachaduras no solo próximo às raízes, presença visível de cupins ou outros insetos, e queda excessiva de galhos, mesmo em dias sem ventos fortes. Para garantir a segurança em áreas públicas e privadas, é recomendável contar com serviços especializados de controle de pragas que possam identificar e tratar infestações antes que causem danos.
O caso serve como alerta para a importância da manutenção preventiva e do monitoramento constante da arborização urbana, equilibrando os benefícios das áreas verdes com a segurança da população.
