Curitiba reduz casos de dengue em 92% graças a ações intensivas da Prefeitura

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Instalação das primeiras Estações Disseminadoras de Larvicida contra mosquito da dengue. Curitiba, 25/03/2025. FOTO: Isabella Mayer/SECOM

Cidade não registrou mortes pela doença em 2025, enquanto no mesmo período do ano anterior foram sete óbitos

Um trabalho intenso e coordenado entre poder público, setor privado e população resultou em uma expressiva redução nos casos de dengue em Curitiba. Dados divulgados pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) mostram que nas primeiras 20 semanas epidemiológicas de 2025 (período de 1º de janeiro a 17 de maio), a capital paranaense registrou uma queda de 92% nos casos da doença em comparação com o mesmo período de 2024.

Os números impressionam: enquanto em 2024 foram registrados 14.369 casos de dengue neste período, em 2025 o número caiu para apenas 1.217 – uma redução de quase 12 vezes. Além disso, um dado ainda mais significativo é que não houve registro de mortes pela doença em Curitiba neste ano, enquanto em 2024 foram registrados sete óbitos até a semana epidemiológica 20.

Trabalho integrado e novas tecnologias

A secretária municipal da Saúde de Curitiba, Tatiane Filipak, atribui este resultado positivo a um trabalho intenso liderado pelo prefeito Eduardo Pimentel, que envolveu diversas secretarias municipais, o setor privado e a participação ativa da população.

“No início do ano tivemos a construção do Plano Municipal de Enfrentamento à Dengue, feito em conjunto com várias secretarias, com os papeis e a atuação de todos; intensificamos as ações de combate à dengue com mutirões, investimos em novas tecnologias, como as EDLs (estações disseminadoras de larvicida); e convocamos toda a população a fazer a sua parte, com uma ação massiva de comunicação”

Tatiane Filipak, secretária municipal da Saúde de Curitiba

Entre as iniciativas que contribuíram para este resultado estão as promoções realizadas no Armazém da Família, que ofereceram repelentes a preços reduzidos durante o período de maior incidência da doença. “As promoções foram um sucesso. A população foi sensível ao nosso apelo, aderiu à nossa campanha de comunicação, protegendo-se com repelente e mantendo o quintal limpo e livre de criadouros do mosquito”, destacou a secretária.

Vigilância constante é necessária

Apesar dos resultados positivos, a secretária Tatiane Filipak alerta que os cuidados devem ser mantidos mesmo com a chegada do outono e inverno. “O ovo do Aedes aegypti pode ficar latente por até 450 dias em ambientes secos, aguardando o contato com a água para desenvolver”, explica.

Por isso, a Secretaria Municipal da Saúde mantém o cronograma de mutirões de recolhimento de entulhos, varreduras dos quintais e estratégias de monitoramento com armadilhas. Além disso, seguindo orientação do Ministério da Saúde, Curitiba já iniciou a vacinação contra a dengue pelo SUS para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.

Ações estratégicas no combate à dengue

O sucesso no controle da dengue em Curitiba é resultado de diversas ações estratégicas implementadas pela Prefeitura:

  • Plano Municipal de Enfrentamento: Instituído pelo decreto 853/2025 e lançado pelo prefeito Eduardo Pimentel em março, o plano define o papel e as responsabilidades de cada secretaria e órgão municipal no controle e combate ao mosquito Aedes aegypti.
  • Mutirões de limpeza: Em 2024, foram realizados 89 mutirões com recolhimento de 1.089 toneladas de resíduos. Em 2025, já foram 39 mutirões, com 252 toneladas de resíduos recolhidos.
  • Monitoramento estratégico: A cidade conta com quase 2 mil armadilhas (638 ovitrampas e 1.329 mosquitraps) distribuídas por toda a cidade, vistoriadas semanalmente. Agora, 1,5 mil Estações Disseminadoras de Larvicida (EDLs) se somam à estratégia.
  • Tecnologia avançada: Uso de drones para inspecionar terrenos de difícil acesso e robô notificador para agilizar o processo de notificação de casos.
  • Vacinação: Iniciada em 19 de maio para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos em unidades de saúde de regiões mais vulneráveis à doença.

Além dessas ações, a Prefeitura mantém bloqueio de transmissão com vistoria nos imóveis num raio de 150 metros a partir do endereço de casos confirmados ou suspeitos, aplicação de adulticida em locais com alta transmissão, varreduras casa a casa nas áreas de maior infestação e uma ampla campanha de comunicação para conscientização da população.

A cidade conta ainda com 108 Agentes de Combate às Endemias trabalhando permanentemente no campo, com apoio dos Agentes Comunitários de Saúde e técnicos da Vigilância Sanitária.

O resultado expressivo alcançado por Curitiba demonstra que o combate efetivo à dengue depende de ações coordenadas entre poder público e sociedade, com investimento em tecnologia, prevenção e conscientização da população.

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