Campinas (SP) bateu o recorde de maior registro de casos de dengue para junho desde o início da série histórica, em 1998. No mês passado, o índice chegou a 1.670 quadros da doença. De acordo com a Vigilância Epidemiológica, as temperaturas acima da média durante a transição entre outono e inverno podem ter influenciado o resultado.
Junho é, tipicamente, um mês em que os índices caem por conta do tempo seco e das temperaturas mais baixas com a chegada do inverno. Heloísa Girardi Malavasi, bióloga do Departamento de Vigilância em Saúde de Campinas, explica que houve um alargamento do período de transmissão da doença: em junho, as máximas ficaram na média dos 25ºC, com picos de 28ºC, três graus acima do esperado.”Essa diferença pode parecer pequena, mas para o mosquito é uma grande diferença, que favorece a atividade dele e completa seu ciclo mais rápido, porque consegue multiplicar o vírus mais rapidamente”.
Maiores focos
O Parque Universitário de Viracopos, no Ouro Verde, é o bairro que mais registrou casos de dengue neste ano, com 1.167 casos, à frente do Parque Floresta, que era o ‘campeão’ até então. O local fica na região Sudoeste de Campinas, a 2ª com maior número de casos: são 6.262. “Essas regiões que estão com maior número de casos reúnem essas condições, então houve um ingresso do vírus naquela região, tem pessoas suscetíveis e tem o mosquito”, relata Heloísa.
A autônoma Joelma Pereira de Souza conta que a família toda vítima do vírus. “Minha sogra, minha cunhada e meu filho [foram infectados]recentemente. Meu filho tem problema respiratório, então ele ficou bem mal”.
A região Noroeste, onde fica o Campo Grande, lidera o ranking da cidade com 6.767 registros da doença em 2019. A família da dona de casa Joana D’Arc Isabel da Costa sentiu os efeitos da doença. “Eu, meu filho, meu esposo também [fomos infectados]. Nós três pegamos dengue. É horrível, ainda mais com criança, que não sabe falar e fica sentindo dor, febre alta… é bem complicado”.
Pouca chuva
O índice de chuvas na região foi mais baixo do que o esperado: 17,7 mm³, frente à expectativa de 22,6 mm³. O acúmulo de água parada potencializa a formação de focos para reprodução do transmissor e tal fato deve ser visto com atenção pela população.
“A orientação é não esquecer: qualquer objeto que possa acumular água é um criadouro para o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue”, afirma a bióloga Heloísa Girardi Malavasi.
“Eu não posso esquecer também dos criadouros que eu não vejo, que está no chão, como lata, garrafa e balde. É mais fácil de tomar esse cuidado porque eu tô vendo, mas não posso esquecer dos que estão fora da nossa vista: caixa d’água, calha e lajes”, pontua a bióloga.
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