Campinas bate recorde em junho com mais casos de dengue para o mês desde 1998

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Campinas (SP) registra junho com maior número de casos de dengue em 21 anos — Foto: EPTV

Campinas (SP) bateu o recorde de maior registro de casos de dengue para junho desde o início da série histórica, em 1998. No mês passado, o índice chegou a 1.670 quadros da doença. De acordo com a Vigilância Epidemiológica, as temperaturas acima da média durante a transição entre outono e inverno podem ter influenciado o resultado.

Campinas registra maior número de casos de dengue em junho desde 1998
Campinas registra maior número de casos de dengue em junho desde 1998

Junho é, tipicamente, um mês em que os índices caem por conta do tempo seco e das temperaturas mais baixas com a chegada do inverno. Heloísa Girardi Malavasi, bióloga do Departamento de Vigilância em Saúde de Campinas, explica que houve um alargamento do período de transmissão da doença: em junho, as máximas ficaram na média dos 25ºC, com picos de 28ºC, três graus acima do esperado.”Essa diferença pode parecer pequena, mas para o mosquito é uma grande diferença, que favorece a atividade dele e completa seu ciclo mais rápido, porque consegue multiplicar o vírus mais rapidamente”.

Maiores focos

O Parque Universitário de Viracopos, no Ouro Verde, é o bairro que mais registrou casos de dengue neste ano, com 1.167 casos, à frente do Parque Floresta, que era o ‘campeão’ até então. O local fica na região Sudoeste de Campinas, a 2ª com maior número de casos: são 6.262. “Essas regiões que estão com maior número de casos reúnem essas condições, então houve um ingresso do vírus naquela região, tem pessoas suscetíveis e tem o mosquito”, relata Heloísa.

A autônoma Joelma Pereira de Souza conta que a família toda vítima do vírus. “Minha sogra, minha cunhada e meu filho [foram infectados]recentemente. Meu filho tem problema respiratório, então ele ficou bem mal”.

Regiões do Campo Grande e do Ouro Verde lideram casos de dengue neste ano em Campinas (SP) — Foto: EPTV
Regiões do Campo Grande e do Ouro Verde lideram casos de dengue neste ano em Campinas (SP) — Foto: EPTV

A região Noroeste, onde fica o Campo Grande, lidera o ranking da cidade com 6.767 registros da doença em 2019. A família da dona de casa Joana D’Arc Isabel da Costa sentiu os efeitos da doença. “Eu, meu filho, meu esposo também [fomos infectados]. Nós três pegamos dengue. É horrível, ainda mais com criança, que não sabe falar e fica sentindo dor, febre alta… é bem complicado”.

Pouca chuva

O índice de chuvas na região foi mais baixo do que o esperado: 17,7 mm³, frente à expectativa de 22,6 mm³. O acúmulo de água parada potencializa a formação de focos para reprodução do transmissor e tal fato deve ser visto com atenção pela população.

“A orientação é não esquecer: qualquer objeto que possa acumular água é um criadouro para o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue”, afirma a bióloga Heloísa Girardi Malavasi.

“Eu não posso esquecer também dos criadouros que eu não vejo, que está no chão, como lata, garrafa e balde. É mais fácil de tomar esse cuidado porque eu tô vendo, mas não posso esquecer dos que estão fora da nossa vista: caixa d’água, calha e lajes”, pontua a bióloga.


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