Mosquitos – família Culicidae
Ciclo biológico – fases ovo – larva 1, 2, 3, 4 – pupa e adulto
O controle larvar é realizado através da remoção de criadouros e da prevenção de água parada. Durante o período de larva, os mosquitos se alimentam, enquanto na fase de pupa, apenas respiram. O momento mais eficaz para o controle é quando ainda estão na fase de larva, bastando eliminar a água do recipiente em um local seco ou na terra para que morram. A proliferação ocorre em criadouros que contenham água parada. Após a transformação em adultos, é possível tentar o controle por meio de aplicação de produtos químicos específicos para o inseto.
Moscas – família Muscidae
Ciclo biológico – fases ovo – larva 1, 2, 3 – pupa e adulto
O controle larvar é realizado pela limpeza do local. Durante o período de larva, as moscas se alimentam vorazmente até atingirem a fase de pupa. Nesse estágio, elas se dirigem a um local seco, endurecem a casca e emergem como adultos. A proliferação ocorre em locais ricos em matéria orgânica. Após a maturação, o controle pode ser tentado através da aplicação de produtos químicos específicos para o inseto.
Simulídeos (Borrachudos) – família Simuliidae
Ciclo biológico – fases ovo – larva (de 6 a 9 ecdises) – pupa e adulto
O controle larvar é realizado através da escovação de pedras, retirada de lixo, folhas e qualquer material que possa servir como substrato para oviposição. Durante a fase de larva, esses insetos se alimentam de matéria orgânica presente na água com correnteza e podem se mover através de um fio de seda. Na fase de pupa, não se alimentam e ficam submersos, emergindo da água em uma bolha de ar. Eles se proliferam em águas de cachoeiras, rios, riachos e locais de encachoeiramento. Após se tornarem adultos, não existe um método químico eficaz para o controle.
É importante reconhecer que diferentes insetos requerem métodos de controle específicos. Não se deve tratar os borrachudos da mesma forma que as moscas ou os mosquitos. Embora seja ideal evitar o nascimento desses insetos, é sabido que é possível eliminar moscas e mosquitos através de substâncias químicas, mas essa abordagem não funciona para os borrachudos adultos. O controle efetivo dos borrachudos requer um Manejo Ambiental complementado com a aplicação de larvicidas biológicos.
É crucial compreender que o problema é coletivo e a solução depende da participação de todos. O desequilíbrio ambiental é resultado do descaso com o meio ambiente, incluindo o descarte inadequado de resíduos em córregos e cachoeiras, a falta de monitoramento e controle por parte das autoridades e o uso indiscriminado de produtos químicos para combater insetos que não são alvos das substâncias utilizadas atualmente.
Para um controle eficaz, precisamos de conhecimento, respeito, integração e discernimento. Devemos aumentar nossa conscientização e responsabilidade ambiental no controle de vetores. A natureza está sofrendo de diversas formas, devido a ações como descartes irresponsáveis, despejo de esgoto em mananciais, uso descontrolado de produtos químicos, desmatamento e pesca predatória.
Para conviver de forma equilibrada com os borrachudos, precisamos agir com consciência e manter um ambiente saudável para os predadores naturais. A limpeza de rios e cachoeiras, a prevenção do acúmulo de restos naturais e a manutenção do fluxo de água são medidas que dificultam a reprodução dos borrachudos e, ao mesmo tempo, melhoram a qualidade da água, do solo e do ambiente como um todo. As libélulas, por exemplo, são grandes predadoras de borrachudos e desempenham um papel fundamental no controle desses insetos.
Temos a responsabilidade de preservar o meio ambiente para as futuras gerações, evitando a degradação ambiental e o desequilíbrio que causamos. Precisamos agir com discernimento, buscar soluções sustentáveis e permitir que a natureza se regenere. A resiliência da natureza é notável, mas é nosso dever proteger e preservar nosso ambiente para garantir um futuro melhor.
Gostaria de expressar minha gratidão à AMA-IL – Associação dos Moradores e Amigos do Itanhangá Leste no Rio de Janeiro, que apoia o Projeto de Manejo Ambiental para Controle de Simulídeos desde 2018. Suas ações de respeito ao meio ambiente deveriam servir de exemplo, pois demonstram como a restauração do equilíbrio ambiental pode ser alcançada sem a interferência química, permitindo que a natureza desempenhe seu papel de forma contínua e eficaz. Isso resultou no retorno de aproximadamente 50 espécies que haviam desaparecido na região, destacando a importância de proteger e cuidar do meio ambiente.
Rosilene de Alcântara Pinto
MSc em Vigilância e Controle de Vetores – IOC/FIOCRUZ
Esp. em Vigilância em Saúde Ambiental – IESC/UFRJ