Como a temática da utilização da luz UV-C na desinfecção de ambientes ainda pode gerar dúvidas e algumas polêmicas, é importante mantermos a troca de ideias e experiências.
Neste artigo, vou abordar para as empresas de controle de pragas que podemos fazer a desinfecção por luz ultravioleta de modo ativo ou passivo e, ao falar da diferença entre os métodos, iremos enriquecer o debate de como utilizar essa tecnologia de maneira mais assertiva.
A desinfecção UV no modo passivo pode ser representada pelo processo de purificação de água utilizado na Europa desde o ano 1909 e reconhecido como eficaz pelos órgãos competentes nos EUA. Na desinfecção passiva consideramos um ambiente fechado e com variáveis controladas.
No caso dos purificadores de água, o diâmetro e comprimento da câmara, bem como o volume de água que envolve as lâmpadas, são considerados constantes.
Desde que respeitadas as recomendações do fabricante, o equipamento vai trabalhar de forma uniforme e água passará ao redor da lâmpada sempre na mesma velocidade e distância.
De forma semelhante operam os esterilizadores de ar que agem por meio da sucção em ambientes fechados. A passagem do ar é forçada por uma extremidade até uma câmara com lâmpadas UV-C previamente dimensionada, mantendo o ar no interior do equipamento pelo tempo suficiente para inativar os microrganismos e liberando-o em seguida, pela outra extremidade, desinfectado e livre de microrganismos.
Esse tipo de desinfecção também trabalha de forma passiva, pois o processo de desinfecção é constante e o ar sempre entra e atravessa as lâmpadas de desinfecção no tempo e volume determinado pelo fabricante.
A grande vantagem da desinfecção passiva é que, uma vez testado em laboratório e comprovado a eficácia do produto, o usuário não poderá interferir no processo ou prejudicar a eficácia da aplicação, desde que sejam obedecidas todas as recomendações do fabricante.
Já no modo de desinfecção ativo, o operador do equipamento pode interferir diretamente no resultado do processo, como por exemplo na utilização de uma lâmpada ou torre de luz UV-C para desinfecção de uma sala de dentista ou escritório.
Neste caso, mesmo que o fabricante do equipamento tenha conseguido comprovar a eficácia do processo de desinfecção em um laboratório, inúmeros fatores poderão interferir no processo, tais como o layout da sala e a disposição dos móveis.
O operador necessitará de muita experiência para planejar a aplicação, deverá conhecer a distância, intensidade e tempo adequado de irradiação UV, para garantir que todos os pontos do ambiente serão desinfectados. Se houver sombras, a aplicação será ineficiente.
Lembrem-se de que não existe nenhuma lâmpada UV-C milagrosa que você coloca no centro de uma sala, com capacidade para garantir a desinfecção de todos os pontos dos ambientes.
Esse processo de aplicação é bastante complexo, exige maior conhecimento técnico do operador, habilidade no planejamento e paciência para repetir a aplicação em diferentes posições do equipamento UV dentro da sala.
Uma forma mais eficaz de se fazer a desinfecção desse tipo de ambiente é através da utilização de robôs. Eles possuem sensores que fazem a leitura do ambiente, medem a distância da luz UV até a parede ou objetos, calculam a intensidade e tempo ideal de aplicação, e ainda podem percorrer todo o local.
Por fim, temos um processo bastante simples, porém comprovadamente eficaz, que é a desinfecção de superfícies com bastão de luz UV-C. Esse processo é considerado ativo pois tem a participação direta do operador que direciona a luz sobre a superfície.
Existem no mercado inúmeros modelos, mas o controlador de pragas deve ficar atento na hora de fazer a compra, dando preferência aos modelos que possuem laudo radiométrico atestando que o produto emite radiação suficiente para inativar os microrganismos.
Uma vez com o equipamento nas mãos, munido de todos os EPIs e orientações sobre o uso do produto, o operador deverá fazer a aplicação na distância e tempo recomendados pelo fabricante.
A grande vantagem desse processo é que o equipamento possibilita a aplicação e varredura completa nos mais variados tipos de superfícies, podendo cobrir todos os pontos, sem deixar sombras.
O equipamento ainda pode ser utilizado na desinfecção de produtos eletrônicos, documentos, medicamentos, frutas e verduras. Desde que o operador siga todas as recomendações do fabricante, o processo certamente será bem-sucedido.
Engº Marcelo Batista Pereira
CEO – Ultralight
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