Barata, higienização de ruas e até de corrimãos é adotada por prefeituras

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Em Ponta Porã, prefeitura utiliza caminhã pipa para fazer higienização de ruas (Foto: Valdemir Almino) - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

Na falta de vacina ou remédio contra o novo coronavírus, produtos simples de higiene se tornaram aliados de primeira hora para prevenir contra a doença. Gestores mais precavidos não se contentaram em apenas orientar a população a higienizar as mãos e partiram para limpar ruas, corrimãos, bancos de praça e até maçanetas de locais com grande fluxo de pessoas. A medida ainda não foi adotada em Campo Grande, mas tornou-se rotina em cidades como Ponta Porã e Bataguassu em período de pandemia.

Em Ponta Porã, município distante 235 quilômetros da Capital, a limpeza é feita diariamente desde o dia 28 de março. A cidade, com pouco mais de 90 mil habitantes, chegou a figurar na lista de casos suspeitos da doença, no final de fevereiro, mas agora não registra nem mesmo pacientes com suspeita da doença.

De acordo com o prefeito, Helio Pellufo Filho (PSDB) a medida é aplicada em locais de grande aglomeração de pessoas, como supermercados, farmácias, bancos, além de unidades de saúde. “É uma maneira de deixar o pessoal mais tranquilo”, afirmou.

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Desinfetante hospitalar é utilizado para higienizar corrimão, maçanetas e outras superfícies de contato frequente com as mãos (Foto: Divulgação)

Considerada de baixo custo, a higienização, até o momento, se mostra eficaz na cidade. A aplicação é feita por equipe multiprofissional da vigilância sanitária, vigilância em saúde do trabalhador, profissionais de endemias e da secretaria de Obras em áreas externas, com instrumentos que já pertencem ao município, como caminhão pipa e pulverizador, e alguns dos compostos químicos utilizados foram doados.

Na cidade de Bataguassu, distante 33 quilômetros da Capital, a higienização das ruas também foi adotada para proteger os mais de 20 mil moradores. A limpeza das ruas começou no dia 30 de março e, conforme o prefeito, Pedro Arlei Caravina (PSDB), utiliza mistura de cloro e água. “Como é um custo barato, nós temos feitos próximo aos postos de saúde, pronto socorros e estabelecimentos comerciais com grande fluxo de pessoas”, ressaltou.

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Em Bataguassu, composição de cloro e água é aplicado próximo às
unidades de saúde (Foto: Divulgação/Prefeitura de Bataguassu)

A aplicação é feita com apoio de caminhões-pipa sob a orientação de servidores vestido com EPI (Equipamentos de Proteção Individual). Até o momento, não foram confirmados casos de covid-19 na cidade, porém, dois pacientes são investigados por terem apresentados sintomas da doença.

Composição química – Diante de uma doença desconhecida, surgem questionamentos sobre a real eficácia da higienização das ruas e locais de grande aglomeração. A química e fiscal de vigilância da Prefeitura de Ponta Porã, Aline Nishida Tanohira, acredita nos bons resultados da medida. “Julgamos ser efetiva essa ação, pois a parte mais externa da estrutura do vírus é uma camada de lipídios (gordura) que pode ser desmanchada pelo sabão que é emulsificante. Dessa forma, o vírus acaba sendo inativado”, explicou.

Há variação também quanto a composição utilizada para fazer o procedimento, porém, os produtos precisam constar em recomendação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Conforme a instituição, o uso de produtos para limpeza e desinfecção de superfícies (saneantes) é um aliado importante para prevenir infecções pelo novo coronavírus. O ideal é dar preferência aos saneantes classificados nas categorias “Água Sanitária” e “Desinfetante para Uso Geral”.

Diferente da prefeitura de Bataguassu, que utiliza o cloro, em Ponta Porã é utilizado pulverizadores com dois saneantes diferentes: hipoclorito de sódio 12% e um detergente de uso hospitalar (Quaternário de Amônio de 5ª geração e Peróxido de Hidrogênio). Ambos são diluídos em água para aplicação.

Apesar de acreditar na efetividade da medida, a química ressalta que a ação não anula a responsabilidade das pessoas com outros protocolos para se prevenir da doença, como evitar aglomerações e lavar as mãos. “Essa é uma ação que não isenta as outras”, ressaltou.

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