Leptospirose é principal risco após contato com enchente; saiba o que fazer

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LEPTO - Pragas e Eventos

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Para quem caminhou ou até nadou na água barrenta das enchentes na Grande São Paulo, o principal mas não único risco é a leptospirose.

Há uma vacina contra a doença, mas ela é pouco efetiva e costuma ser usada somente por profissionais com maior possibilidade de exposição à bactéria Leptospira, encontrada na urina de ratos e de animais como bois, porcos e cães doentes. 

O contágio pode ocorrer por meio de arranhões e ferimentos, mas também entra na equação o tempo de contato. Quanto maior o tempo em contato com a água, maior a chance de pegar a doença. 

“Às vezes a pessoa nem percebe mas tem uma ferida”, diz Roberta Schiavon, consultora da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia).

Consumir água e alimentos contaminados também pode levar à doença. Por isso, qualquer comida que tenha entrado em contato com a água de enchente -mesmo pacotes fechados e latas- deve ser jogada fora.

Utensílios domésticos como panelas, talheres e geladeira podem ser salvos caso ainda funcionem. Fazer a higienização deles e de toda a casa com água e sabão e depois com água sanitária é suficiente para matar as bactérias Leptospira.

O mesmo vale para móveis de superfície dura como mesas e cadeiras que possam passar por esse processo de limpeza. Já sofás, almofadas e colchões e qualquer item que absorva água e não possa ser lavado com água sanitária também devem ser descartados.

Entre os principais sintomas da leptospirose estão febre, dor de cabeça, dores no corpo (principalmente nas panturrilhas). Também pode haver vômitos, diarreia e tosse. Os sinais podem aparecer até 30 dias após o contato com a bactéria.

Segundo Schiavon, a leptospirose não costuma ser grave o suficiente para provocar uma ida a um consultório médico, mas entre 10% e 15% dos casos evoluem para formas graves. As manifestações incluem febre alta, dor muscular acentuada, icterícia (amarelamento de pele e olhos) e diminuição da urina. Sem tratamento, os casos mais sérios podem resultar em morte.

A automedicação, sempre contraindicada, pode ser especialmente danosa para quem tem leptospirose. O ácido acetilsalicílico (aspirina) pode causar sangramentos, e anti-inflamatórios podem reduzir a função renal.

Outro risco de enchentes é a hepatite A, que pode ser adquirida a partir do consumo de alimentos ou água contaminados com o vírus. Não há tratamento específico contra a doença, que ataca o fígado, mas a vacina que protege contra a condição faz parte do calendário oficial de vacinação.

Diarreias infecciosas são mais um perigo. Elas podem ser causadas por bactérias e vírus e não devem ser negligenciadas. 

Por fim, o tétano é outra grande preocupação, apesar de mais raro. O contágio pode acontecer também através de machucados. 

“Não deveria haver casos de tétano porque existe vacina gratuita, mas os adultos se esquecem de revacinar [a cada dez anos]”, diz Schiavon.

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