Fogo ainda não controlado e aumento alarmante de insetos preocupam comunidade local em Teresópolis
Há um mês, a cidade de Teresópolis enfrenta uma situação alarmante no depósito do Fischer, onde um incêndio ainda persiste e causa grandes transtornos para os moradores. Enquanto as autoridades têm se esforçado para controlar as chamas, um problema paralelo vem atormentando a população local: a infestação de moscas provenientes do aterro sanitário.
Os moradores próximos ao depósito têm relatado preocupações com a saúde e o bem-estar de suas famílias, além dos incômodos causados pelas moscas que têm se multiplicado de forma exponencial durante esse período.
A fumaça tóxica que tomou conta da atmosfera da região obrigou muitas pessoas a permanecerem em suas casas, usando máscaras como se estivessem enfrentando os tempos sombrios da pandemia de Covid-19.
Entre os moradores afetados, a senhora Anna Lídia, mãe de três crianças, compartilhou o sofrimento que sua família tem enfrentado. Além de dores de cabeça constantes, seu filho de três anos, que nunca havia tido problemas respiratórios, agora precisa usar bombinha de SOS e medicação contínua devido à exposição contínua à fumaça tóxica. À noite, a situação piora, pois a fumaça fica mais densa, causando desconforto e apreensão nos residentes.
O INEA instalou aparelhos de medição da qualidade do ar no Condomínio APA Rainbow, porém, os moradores reclamam que não têm acesso aos dados sobre a contaminação do ar que estão respirando. A sensação de abandono é real entre aqueles que vivem próximos ao aterro do Fischer, e eles pedem por medidas urgentes para solucionar essa questão.
Enquanto o incêndio persiste, a proximidade do depósito com o Condomínio APA Rainbow tem contribuído para uma infestação preocupante de moscas nas residências dos moradores.
A situação chegou a um ponto insuportável, com relatos de pessoas que enfrentaram grandes quantidades de moscas até mesmo dentro de suas casas durante um simples churrasco. O acúmulo de lixo no Lixão do Fischer tem proporcionado condições favoráveis para a proliferação desses insetos.
O incêndio também chamou a atenção para a questão mais ampla dos lixões no país, destacando a necessidade de ações para pôr fim a esses depósitos inadequados em diversas cidades brasileiras.
Transbordo de Lixo em Teresópolis Acelera Implementação do Plano Nacional para Eliminação de Lixões
O incêndio no depósito municipal de Teresópolis trouxe à tona a urgência de pôr fim aos lixões no país, conforme estabelece a lei federal n° 12.305 de 2010. Apesar do prazo final até 2014 para encerrar os depósitos inadequados, cerca de três mil lixões ainda persistem em diversas cidades brasileiras. A falta de adequação do município à legislação resultou no acúmulo contínuo de lixo, amparado por uma liminar.
A repercussão nacional do desastre ambiental impulsionou o governo a agir. Agora, um plano para a solução definitiva do problema está em andamento, com o transbordo do lixo gerado em Teresópolis para um aterro licenciado em outro município, com recursos do estado. Além disso, o projeto prevê a construção de uma usina, financiada pela iniciativa privada, para realizar a queima química do lixo e gerar energia.
A expectativa é que, em breve, o espaço que por anos serviu como depósito de lixo seja completamente recuperado, marcando um passo significativo rumo a um meio ambiente mais saudável e sustentável.
Enquanto isso, os moradores de Teresópolis aguardam ansiosamente por providências imediatas para controlar o incêndio e lidar com o problema das moscas, que afeta diretamente a qualidade de vida e a saúde da população local. A situação exige ação urgente por parte das autoridades e um plano efetivo para resolver os problemas decorrentes do lixão do Fischer.