O mercado mundial busca consumidores fidelizados com suas preferências atendidas. Escolha de marca e produto requer cumprir elementos que cada vez mais refletem sobre Segurança e Confiança em todas facetas.
Sinergia sempre foi alavanca para desenvolvimento, somando talentos da indústria e expertises em ciência dos alimentos para multiplicar bons resultados. Em Segurança dos Alimentos a GFSI representa somatória de especialistas mundiais, congregando fabricantes, prestadores de serviços, serviços de alimentação, num alinhamento visando melhorias na cadeia alimentar. Os players em alimentos e bebidas estão em alta! Mas o que é mesmo essa ‘onda’ GFSI?
Inicialmente foi uma resposta da Inglaterra e Bélgica para tratar de sistemas preventivos, buscando evitar repetição de surtos no ano de 2.000 na Europa. Ficou histórica a contaminação Belga de dioxina em ração para frangos / nos EUA recall de alimento canino, o recolhimento de refrigerantes cola com odor desagradável, no Japão leite com toxina / na China com melamina / na Itália com tinta, etc. Ocorreram vários recolhimentos (recall) sérios de produtos. Melões contaminados por Listeria monocytogenes no Colorado resultaram em 146 pessoas infectadas e 30 óbitos. Na Alemanha um surto de E. coli em brotos cultivados numa fazenda em Hamburgo deixou a Europa em alerta. No Brasil, a indenização de R$ 420 mil no RS pela distribuição de alimento contaminado (recorrência!) por produto de limpeza industrial, mostra a relevância do assunto e a abertura de jurisprudência com altas indenizações. O caso do raticida injetado (novamente em achocolatado) em Goiás matou a criança vulnerável e não o meliante que sistematicamente roubava a quitanda.
Importantes grupos varejistas europeus na época se uniram com foco de desenvolver melhoria contínua nos planos de gestão de segurança dos alimentos, gerando maior confiança no fornecimento de alimentos seguros em todo mundo. Tiveram divulgação representativa em maio de 2009 com a publicação das normas FSSC 22.000 (Food Safety System Certification). Tais documentos tinham paridade com a ISO 22.000 aplicada a alimentos e afins. Implicam já no estágio básico, na correta execução de POPs – entre eles o altamente representativo de Controle de Pragas!
Esse grupo de afinidades criou o Global Food Safety Initiative – GFSI estabelecendo requisitos convergentes e incrementando práticas de mercado para otimizar a cadeia de produção e comercialização de alimentos. Coordenado pelo CGF (Consumer Goods Forum) agrega fortes representantes com ênfase em varejo. Origem dos primeiros trabalhos (CIES) deu-se na Belgica em 1953!
Objetiva reduzir riscos ligados a Segurança Alimentar e desenvolver competências e capacitação com bases internacionais eficazes e consistentes.
Food Safety não é só vantagem competitiva – é obrigação dos fabricantes – da commodity ao produto postado na mesa do cliente. Mercado global pede negócios da cadeia de valor. Essa luz no fim do tunel exige em contrapartida do produtor, das indústrias e do varejo, rígidos critérios de segurança e qualidade em todas as plataformas. Produtos em desacordo significam perdas importantes em toda a cadeia. Muitas empresas com boa e madura visão de futuro seguem à risca os protocolos estabelecidos e buscam estar à frente das exigências dos clientes quanto a segurança do produto. É engajamento e ação pró-ativa, com trabalhos e auditorias sérias em GMP e HACCP. Normas sim OK ! – não ‘mais ou menos’ OK. Verdades verdadeiras – não inverdades mascaradas. Segurança do Alimento real é Food Safety de verdade, embasado em treinamento, cultura e comportamento.
Ser melhor, na somatória do melhor de seus talentos
As prioridades do ‘Consumer Goods Forum’ foram estabelecidas em 5 visões:
# Novas tendências # Sustentabilidade
# Segurança e Saúde # Excelência Operacional
# Partilha de Conhecimento e Desenvolvimento de Pessoas
Reúne cêrca de 70 países, com +- 650 varejistas representando em vendas hoje algo em torno de 2,1 trilhões de € euros. Originalmente esse grupo começou com 7 grandes supermercados! Idéia central desse time em Paris foi a troca de informações / conhecimentos e a somatória de forças. Criada em junho de 2009, na fusão de 3 alianças européias:
CIES – Food Business Forum (Comité International d’Enterprises à Succursales)
GCI – Global Commerce Initiative e o Global CEO Forum.
Tem escritórios hoje em todas faces do mundo, como Tókio e Washington. O alicerce dessa pirâmide tem estratégia comercial do varejo. A bandeira é “Uma vida melhor através de um melhor negócio”. Atuação ativa dos altos dirigentes / CEOs proporciona mudanças para melhor numa visão sistêmica no varejo global. As indústrias e parceiros fabricantes, como fornecedoras desse mercado (e em particular segmento Private Label Marca Própria) precisam urgentemente se adequar às diretrizes. Entre os parâmetros cruciais, Controle de Pragas é absolutamente sempre citado.
As bases são o cumprimento das Boas Práticas de Fabricação, HACCP pleno, efetividade dos Procedimentos Operacionais, hoje > Protocolos.
No estágio inicial de implantação, os requisitos básicos correspondem 70 % em GMP – Boas Práticas de Fabricação ou Good Manufacturing Practices. Também no estágio intermediário, que contempla HACCP, os controle de pássaros, pragas e vetores são absolutamente imprescindíveis para a segurança dos produtos.
Nessa interação técnica / comercial, nascida européia foram aglutinadas expectativas particulares de inúmeras frentes: norma alemã Dutch HACCP, bem como HACCP Holanda e na Dinamarca a DS, PAS 220, padrões IFS (International Food Standard), SQF americano (Safety Quality Food Program), protocolos GlobalGap, modelos AIB (American Institute of Baking), NSF (National Sanitation Foundation) e normas BRC (British Retail Consortium).
Evolução constante das necessidades em segurança hoje incluem rígidos protocolos Food Defense de riscos intencionais, alergênicos, visão em ameaças e vulnerabilidades como CARVER Shock, e outros mais que surgirão. O patrimônio intelectual evolui com o homem inteligente. De cabeça forte, que não gera produtos fracos.
Guarda Chuva Umbrella no mundo todo, do BRC ao FSSC !
Marca registrada no Brasil pela JCG Assessoria há 22 anos, o ‘guarda chuva GMP / BPF’ também é citado pela IFS – International Food Standard.
Propicia desde 2003 sistema uniforme de garantia de qualidade, criado por grupos varejistas inicialmente Alemanha e França, motivados pela certeza comprovada de consumidores sempre mais exigentes. Casos internacionais já citados de contaminações químicas em leite na Itália, China, no Brasil tantas situações como mídia citando constrangedora barata em lata de leite condensado são tipo de risco e preocupação que tira o sono dos empresários. O desafio de tentar ‘prever a imprevisibilidade’ precisa ser constante, capilarizando responsabilidades.
O BRC Global Standards por sua vez é amplamente requisitado, tendo em torno de 16.000 certificações em 90 países, sede em Londres. Boas Práticas Agrícolas são abordadas pelo GlobalGap, no começo denominadas EurepGap.
Estudos incluem validação de rastreabilidade, cuidados com alergênicos, políticas de vidros / metais e biodefesa / contaminação intencional e… aves e pragas.
Toda essa atenção com biosegurança tem sua razão num mundo fragilizado e vulnerável depois de 11/set. a terrorismos e más intenções – políticas e religiosas.
Auditoria é recurso para aprimorar e validar o Sistema de Qualidade e Gestão de Segurança dos Alimentos (SGSA) não só interno como principalmente o de fornecedores de insumos, embalagens e… serviços, como Controle de Pragas.
Como vemos, as regras são evolução contínua e crescente no estabelecimento de parâmetros mandatórios. Face crises, buscam-se ‘novos mercados’. Ação na América Latina se inicia pelo Brasil. Nos EUA já é exigida e reconhecida. E essa ‘sopa’ de siglas e abreviações estrangeiras não termina. A ‘Umbrella GMP’ comporta sempre mais oportunidades de conhecimento, buscando competências.
Quem deu bases da ISO 22.000 (Europa de novo!) equivalentes com a ISO 9001, foi a CIAA. Ajudando: Confederation of the Food and Drink Industries of the European Union. Elaboraram a ISO 15.161:2001 que forneceu alicerce para a posterior versão mundial que consolida a Gestão de Segurança dos Alimentos.
Essa mesma CIAA em 2008 detalhou os programas de pré-requisitos que deram credibilidade no controle de perigos resultando nas Public Available Specification – PAS 220:2008. Houve profícua parceria c/ Danone, Kraft Foods, Unilever, Nestlé entre outros. Uma alquimia dos melhores especialistas. Outras ‘PAS’ foram desenvolvidas: com apoio TetraPak, Coca Cola e Amcor, gerando a 223 – aplicada a embalagens para alimentos e bebidas. Com protocolos de Controle de Pragas de áreas sensíveis muito bem feitos, validados e auditados. É upgrade em todas as áreas, inclusive armazenagem e logística. A PAS 96 – Food Defense logo será uma ISO. Mas uma ISO para uso, não ‘para iso das certificadoras’.
Toda essa congregação gigantesca de trabalhos se reflete no símbolo GFSI da esfera azul circunscrita por 6 arcos de proteção. Nossa vida no planeta, protegida pelas hastes da ciência / proteção / aperfeiçoamento, numa profícua convergência. Similar ao primeiro logo NPMA de 2 mãos protegendo a Terra!
Qualificação de fornecedores e capacitação de pessoal em todos os níveis, tem sido cada vez pré-requisitos mais exigidos para fazer frente aos padrões FSSC e BRC. Cultivar talentos é crucial para evitar assimetrias e ‘desinteligências’. Começa – com sempre falamos, na conscientização básica em 5 S > cresce com Boas Práticas de Fabricação GMP na prática bem feita > se aperfeiçoa no HACCP Codex sempre revisado > lapida-se com ferramentas PDCA / FMEA (Failure, Mode and Effect Analysis) / (Lean Manufacturing – Manufatura Enxuta) / 6 Sigma > evoluiu na ISO 22.000 , passou para FSSC em franca implantação no Brasil.
É o nível de seguridade que dominamos, contrapondo possíveis riscos de ’flancos fracos’ que vão então, determinar as etapas seguintes. Desenvolver fornecedores é sempre mais barato do que arcar com custos da ‘Não Qualidade’. E aí sim se firma e integra competência /consistência / confiança …
Um dos ‘gargalos’, um dos problemas infelizmente mais comuns e mais sérios na seguridade dos ambientes de produção / armazenagem e aos próprios alimentos elaborados, são falhas na proteção contra infestação por vetores e pragas.
No II Congresso Nacional da ILSI Brasil (International Life Sciences Institute) o prof. em Toxicologia e Saúde Pública Dr. Flavio Zambrone atestou que “Não existe atividade humana sem risco. Nem sempre o risco percebido é o risco calculado, e crescimento social implica em entender esses riscos!”. Avaliação das Métricas de Riscos e Cálculo de Incertezas é horizonte sem fim e oportunidade de aprofundamento, pesquisa e conhecimento… Em Controle de Pragas é evolução. O próprio termo hoje corretamente adotado é Controle Sinantrópico …
A ILSI por sua vez tem o mérito de ser afiliada a OMS – Organização Mundial da Saúde e é órgão consultivo da FAO – Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura. É um fórum permanente de atualização de conhecimentos do meio acadêmico, governo e indústria, na solução de problemas técnico-científicos que contribuem para a saúde. Atua nas áreas de segurança de alimentos, nutrição e toxicologia, ambiente e avaliação de riscos. Sediada em Washington tem seções no Brasil, África, Argentina, Índia, México, Europa, Sudoeste Asiático, México, Coréia, Região do Golfo, Norte / Sul Andino e China.
Um fórum permanente, como o The Consumer Goods Forum que já citamos.
As linhas de todos os esquemas globais convergem para o coração da gestão de
Segurança de Alimentos que é o controle do perigo e redução dos riscos.
As cinco abordagens padrão, nas certificações são:
- Responsabilidade da Direção e identificação de requisitos
- Processo de produção e realização do produto (ou serviço)
- Sistema de Gestão da Qualidade (Ah! essa sempre Qualidade…)
- Gestão de recursos (infraestrutura / pessoas e investimento)
- Avaliação / Medição, Análises e Melhoria
Certeza há: a sinergia mundial e upgrade das Melhores Boas Práticas se refletem em todas as vertentes de trabalho. E um dos temas que precisam ser muito e muito – melhorados nas empresas, nas 5 linhas anteriores é o relativo aos procedimentos de prevenção e monitoramento de insetos, pássaros e roedores.
O FDA (Food and Drug Administration) e USDA (United States Department of Agriculture) usam ferramentas de análise de riscos para mensurar ameaças e vulnerabilidade nos sistemas de elaboração de produtos alimentícios, onde ‘pragas’ é item de máxima atenção e detalhe. Modêlo CARVER por exemplo implica em analisar criticamente todos os processos quanto a:
C – Critically, no tocante quanto a medida de impactos à saúde, danos, de uma contaminação por praga presente ou seus excrementos / rastros / restos.
A – Acessibility, pertinente a facilidade de interação física do vetor / praga / ave com seu agravo junto ao alimento em questão.
R – Recuperability, possibilidade do processo ser corrigido, ser recuperado frente a sequela de uma infestação por aves ou pragas ocorrida.
V – Vulnerability, vulnerabilidades existentes, falhas não atendidas / não previstas em todo plano GMP, que deveria proteger o sistema / cadeia de manufatura.
E – Effect, previsão das perdas, o efeito direto proveniente da falha, não conformidade maior da ocorrência avistada da praga e / ou criticidade do indício.
R – Recognizability, capacidade de detecção do vetor / praga / ave daninha, identificação da situação crítica capaz de gerar contaminação e / ou acidente.
A metodologia tem similaridade na avaliação de riscos ambientais e sinistros, com a matriz de aspectos e impactos. Percepção de pragas é percepção de risco.
Na engenharia, se assemelha ao FMEA (Failure Modes and Effects Analysis) que foi a base por sua vez do HACCP (Hazard Analysis Critical Control Point).
Prevenção de problemas de contaminação por pragas é palavra chave e a execução atenta aos procedimentos operacionais, com treinamento constante das equipes, são obrigatórios. Nossos artigos técnicos JCG em Segurança dos Alimentos são conhecimento necessário, num mundo hoje de algoritmos.
Na esfera de um conhecimento profundo na área de Pragas cabe destaque a um organismo nos EUA dos mais competentes: A AIB (American Institute of Baking), do Kansas. Desde 2005 dispõe do ‘Sistema Integrado De Calidad Para La Indústria de Alimentos’ plano efetivo e com visão prática, profissional e competente na trilogia GMP / SSOP / HACCP. Interage pré-requisitos, valores, habilidades e conhecimentos numa gestão de cultura aferida com inspeções e indicadores de desempenho. A tão procurada inocuidade, o ‘quão tão bem estamos’ é trabalho de especialista engajado que não pode deixar de considerar quesitos fundamentais sobre monitoramento e controle de aves e pragas.
>Tanto merece atenção e reflexão dos profissionais ligados a Controle de Pragas, que na Pest World Louisiana EUA – congresso máximo da NPMA (National Pest Management Association) – houve um painel de discussão (current educational sessions) tendo a Orkin Pest Control de Atlanta e a Cleaning Control de Plagas de Cordoba (Arg.) versando sobre novas tendências em gestão IPM nas instalações alimentícias pelas normas GFSI: Trends in Food Plant Pest Management!
Se não é pelo apelo técnico / científico (onde tanto labutamos com a UmbrellaGMP) que se obtém a implantação efetiva do GMP e HACCP – bases para Food Safety – será então obrigatória pelo apelo comercial de novos mercados – abrangentes / emergentes / exigentes. Grandes grupos no Brasil já exigem certificação: Cargill, Coca Cola, Danone, Kraft Foods, Carrefour, JBS, McDonalds, Walmart, dentre muitos outros, com requisitos detalhados e interpretações consistentes.
A integração latinoamericana iniciada Brasil em São Paulo 02/set/2011 no GFSI Focus Day Latin America com 420 dos maiores expertises em Segurança dos Alimentos tem ‘chamada’ que o GFSI contempla: Knowledge and Network. Ambientes e processos protegidos de infestações, com conhecimento e gestão, é absolutamente fundamental para alimentos, bebidas, cosméticos, embalagens, fármacos seguros, isentos de contaminações por aves e pragas.
Pense Nisso! Muito trabalho , não braço cruzado .
Prof. José Carlos Giordano
Consultor em Food Safety
JCG Assessoria em Higiene e Qualidade
Referências:
WWW.theconsumersgoodsforum.com
Sobre Food safety. Somos uma Industria Gráfica nosso produto principal é RÓTULO que vendemos para empresa alimentícia colar no seu frasco. O cliente do ramo alimentício deu a nós uma não conformidade por não ter um certificado de “Food Safety”, mas não produzimos alimentos porque deveria ter este certificado de Segurança alimentar? É possível ter uma ação mais simples?