Pombos domésticos: os riscos de transmissão de doenças e formas de prevenção

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pomboss - Pragas e Eventos

Os pombos domésticos, embora tenham sua imagem relacionada ao símbolo da paz, representam um grande perigo à saúde dos homens e animais de estimação, pois podem transmitir até 70 tipos de doenças, sendo as mais comuns a criptococose, histoplasmose, salmonelose, ornitose, dermatites e alergias.

Por serem aves belas e com aparência inofensivas, é muito comum vermos pessoas em praças e parques alimentando pombos com milhos, pães ou restos de alimentos, acreditando ser esta uma ação do bem.  Entretanto, ao contrário do que acreditam, elas podem é estar interferindo no equilíbrio ecológico, além de correr grandes riscos de contrair doenças.

Os pombos, tais como outras aves, têm a importante função de controlar os insetos e replantar as sementes das plantas que comem e, recebendo alimentos das pessoas, deixam de cumprir o seu papel na natureza. Além disso, com o excesso de oferta de alimentos, as aves passam a reproduzir de maneira acentuada e, consequentemente, isso aumenta sua população de maneira desordenada.

A forma mais comum de se contrair as doenças dos pombos é através da inalação das fezes secas, depositadas nas calçadas, forros, beirais de janelas ou aparelhos de ar condicionados. A criptococose, por exemplo, que é uma das doenças mais perigosas, é causada por fungos que se proliferam das fezes das aves, e podem permanecer vivos nas mesmas por até dois anos. Se não tratada no início, a criptococose pode resultar em meningite ou pneumonia e, em alguns casos, danos neurológicos irreversíveis.

Outras formas de se contrair as doenças dos pombos são através do consumo de carne contaminada (salmonelose) ou através de micro-organismos presentes nas penas das aves (dermatites), resultando em coceiras, alergias e até infecções.

Como prevenir doenças causadas por pombos

A melhor forma de prevenir as doenças é evitar qualquer tipo de contato com os pombos e, se possível, tomar medidas que dificultem a sua proliferação, tais como:

  • Nunca oferecer alimento ou água a qualquer tipo de ave, para que ela siga cumprindo seu papel na natureza;
  • Não deixar restos de comida ou lixo espalhados;
  • Não oferecer abrigo aos pombos;
  • Não deixar as aves fazerem ninhos em seus telhados ou prédios;
  • Manter calhas, forros e telhas sempre limpos;
  • Vedar aberturas em vãos dos telhados, forros e sótãos com telas, alvenaria ou espuma de Poliuretano;
  • Jamais entrar em contato com as fezes dos pombos sem proteção. Utilizar luvas, máscara ou um pano umedecido sobre a boca e o nariz;
  • Se houver fezes, nunca varrer ou limpar à seco. Umedecer bem com solução desinfetante à base de cloro (água sanitária + 50% de água) ou quaternário de amônia (solução diluída em 50% de água);
  • O ideal é contratar uma empresa de controle de pragas capacitada, para que ela possa identificar o problema, escolher e combinar as barreiras físicas mais adequadas para o local.

Barreiras físicas: é importante combinar os produtos certos

Com a entrada de produtos norte-americanos no mercado brasileiro, tivemos um avanço em termos tecnológicos nas barreiras físicas para controle de pássaros. Dentre as novas tecnologias que foram introduzidas estão os trilhos elétricos (que repelem os pássaros com pequenas descargas elétricas pulsantes), cortinas anti-pássaros (com abertura manual ou motorizada), espículas de aço inoxidável (confeccionadas em material flexível que podem ser coladas em qualquer tipo de superfície), repelentes de hastes giratórias (desenvolvidos para postes de iluminação pública), redes de proteção com zíperes (que permitem o acesso para manutenção de lâmpadas ou tubulações) e sistemas repelentes eletromagnéticos (que desorientam os pombos através de ondas eletromagnéticas).

Entretanto, para se obter um resultado eficaz e sustentável é necessário fazer o controle dos pássaros de maneira integrada, combinando diferentes barreiras e ações, sendo até necessário, em alguns casos muito pontuais, a eutanásia das aves por método indolor e humanitário.

Antes de determinar quais produtos serão utilizados no sistema, deve-se fazer uma avaliação detalhada do local, possibilitando identificar: a espécie de ave, o seu comportamento, o grau de infestação ou pressão, e os locais onde as aves estão ou poderão migrar após a instalação das barreiras físicas.

Essa avaliação prévia tem que ser minuciosa pois é ela que irá determinar qual produto/combinação de produtos mais adequado à situação. Exemplos:

  • Pouso de ocupação ocasional (infestação de baixa pressão): cabo de aço tensionado ou repelente giratório
  • Pouso de espera ou pernoite (infestação de média pressão): espículas
  • Nidificação (infestação de alta pressão): rede ou trilho elétrico

É importante ressaltar que espículas e cabo de aço tensionado não são recomendados para casos de nidificação ou infestação de alta pressão.

Executado por: Eng.º Marcelo Batista Pereira – 03/05/2017

 

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