Sanitização: conhecendo os inimigos

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- Pragas e Eventos
Foto: Youtube Imunizadora Hoffmann

Para falar de sanitização com propriedade e fazer promessas que podem ser cumpridas, é preciso conhecer quem são os alvos dos sanitizantes. Saber quais riscos podem ser minimizados quando se aplica produtos antimicrobianos nos ambientes é o primeiro argumento para justificar a necessidade da sanitização e demonstrar os benefícios dessa prática.

Apesar de a sanitização ter ficado em evidência durante o ano de 2020 devido à pandemia de COVID-19, o uso de substâncias para a limpeza é datado desde a antiguidade, antes mesmo de a humanidade saber da existência de microrganismos como causadores de doenças. Hoje conhecemos uma lista enorme de doenças infecciosas e suas formas de transmissão, o que é valioso para entendermos como a sanitização pode agir para reduzir os riscos de se contrair uma dessas doenças.

Assim, precisamos saber quais doenças podem ter a sua transmissão diminuída pela sanitização e entender como essa prática pode trazer benefícios para a população. Então, vamos conhecer alguns microrganismos e doenças que podem ser prevenidas com o uso de produtos sanitizantes.

Doenças de transmissão respiratória

Quando pensamos em doenças infecciosas respiratórias, logo pensamos na COVID-19, que parou o mundo em 2020 e foi responsável pela explosão da sanitização como uma das armas para combater a pandemia. Hoje sabemos que a COVID-19 é causada por um vírus da família Coronavírus (o SARS-CoV-2), da qual também fazem parte o SARS e o MERS, que causaram epidemias preocupantes no início do século XXI.

Apesar de todos os problemas gerados pela pandemia em 2020/2021, muitas lições puderam ser aprendidas pela população com essa experiência, especialmente no que diz respeito às formas de transmissão da doença, que também é compartilhada por outras doenças respiratórias. Hoje sabemos que a COVID-19 é transmitida pelo ar, através do contato próximo entre as pessoas, mas também através de superfícies contaminadas, como maçanetas, corrimão de escadas, botões de elevadores, entre outros. E é aí que a sanitização ganha importância no combate à essas doenças, pois nos possibilita manter as superfícies livres de microrganismos, reduzindo os riscos de contaminação.

Puxador de Porta Sanitização

Mas não podemos esquecer que outras doenças também podem ser transmitidas dessa forma e, consequentemente, podem ser combatidas pela sanitização. É o caso dos resfriados, amplamente disseminados por todo o mundo. Quem não desenvolve uma coriza, moleza e nariz entupido de vez em quando? Praticamente todo mundo, não é mesmo? Isso mostra como os vírus causadores do resfriado estão espalhados por aí e são facilmente adquiridos pela população. E são muitos vírus (mais de 50) capazes de causar resfriados, inclusive muitos da própria família Coronavírus, apesar dos SARS e MERS serem mais conhecidos como causadores de doenças mais graves.

Assim, mesmo após superarmos a pandemia de COVID-19, os resfriados continuarão assolando a população, o que mostra que a sanitização não se limita a períodos de pandemia. Um outro vírus extremamente comum é o Influenza, causador da gripe. Apesar de gripe e resfriado geralmente serem confundidos pelas pessoas, que acham que são a mesma coisa, na verdade são doenças diferentes, causadas por vírus diferentes.

A gripe geralmente tem sintomas mais acentuados, causam febre e podem levar pacientes de grupos de risco, como os idosos, a desenvolverem quadros graves de doença respiratória. Segundo dados da OMS, em torno de 5-15% da população é acometida anualmente pela gripe, o que representa 3-5 milhões de casos graves por ano e entre 250-500 mil mortes no mundo (https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=2970:boletim-informativo-svs-influenza-gripe-semana-epidemiologica-se-32&Itemid=463#:~:text=Durante%20uma%20epidemia%20sazonal%20de,e%20portadores%20de%20doen%C3%A7as%20cr%C3%B4nicas.).

O que a gripe tem em comum com essas outras doenças já citadas aqui é a sua transmissão, que também pode ocorrer através de superfícies contaminadas. Dessa forma, vemos mais uma vez a utilidade da sanitização como ferramenta para o combate de doenças que voltarão a ser evidência depois que a pandemia passar.

Transmisão COVID nas ruas

Alergias

Apesar de serem negligenciadas, as alergias respiratórias possuem um grande impacto na saúde pública pelo alcance na população. Segundo dados publicados pela OMS, 20-25% da população mundial é acometida por rinite alérgica, enquanto que 150 milhões de pessoas sofrem com asma (https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=581:doencas-respiratorias-cronicas&Itemid=463#:~:text=A%20rinite%20al%C3%A9rgica%20pode%20ser,de%20atendimento%20prim%C3%A1rio%20%C3%A0%20sa%C3%BAde.).

O Brasil é o 8o país no mundo com prevalência de asma (entre 10-20% da população), alcançando até 270 mil internações e 2.500 óbitos (DATASUS, 2008). O custo do tratamento dessas alergias respiratórias pode superar os com tuberculose e AIDS juntos.

Mulher de Blusa Azul Espirando limpando nariz

As alergias respiratórias crônicas são as maiores responsáveis por atendimento primário à saúde, gerando consequências econômicas, como alto absenteísmo e perda de produtividade no ambiente escolar e profissional. Mas de onde vem o estímulo para o início das alergias respiratórias em pessoas suscetíveis? Dentre os microrganismos, os principais responsáveis são os fungos filamentosos, conhecidos como bolores, que apresentam na sua superfície celular várias moléculas capazes de disparar alergias.

Os fungos estão presentes em suspensão no ar e são facilmente acumulados em cortinas, estofados, tapetes, filtros de ar condicionado e livros. Ambientes com acúmulo desses objetos e que se mantém constantemente fechados acabam gerando uma menor circulação e renovação do ar, o que leva à maior concentração desses agentes alergênicos.

Livros Antigos na prateleira

Em ambientes muito úmidos e paredes com infiltração também é comum observarmos a presença de bolores, através do aparecimento de manchas escuras nas paredes. Isso também acarreta na maior presença de fungos no ambiente e maior risco de alergias associadas à esses locais.

Mofo no canto da parede

Assim, a sanitização desses ambientes tem como objetivo reduzir a carga de fungos presentes, diminuindo a incidência de alergias nas pessoas que frequentam esses locais. Como esses quadros alérgicos geralmente não resultam em sintomas graves, muitas vezes os cuidados com o ambiente são negligenciados. Portanto, é importante ter em mente que um plano de sanitização periódico é necessário e eficaz no combate às alergias em ambientes fechados, com muita circulação de pessoas, acúmulo de poeira e especialmente onde já há queixa de incidência de alergias.

Doenças gastrointestinais

As doenças gastrointestinais, que na maioria das vezes causam diarreia e vômitos, são associadas ao consumo de água e alimentos contaminados. Nesse grupo, podemos classifica-las em intoxicação alimentar (quando há a ingestão de uma toxina) e infecção alimentar (quando há a ingestão de uma bactéria ou vírus).

As infecções mais comuns associadas a ingestão de bactérias em alimentos contaminados são as causadas por Escherichia coli, além da shigelose e da febre tifoide (causada pela bactéria Salmonella typhi). Já em relação às infecções de origem viral, destaca-se a rotavirose, que acomete 2 milhões de pessoas no mundo anualmente.

estatisticas - Pragas e Eventos

O que muita gente não sabe é que apesar de essas doenças estarem associadas ao consumo de alimentos contaminados, a origem dessa contaminação pode estar em superfícies contaminadas. O simples hábito de higienizar corretamente as mãos antes de manusear os alimentos, seja para prepara-los ou para consumi-los, é o suficiente para reduzir os riscos dessas infecções. Entretanto, este ainda é um hábito inexistente em uma parcela significativa da população na correria do dia a dia. Assim, a sanitização dos ambientes se torna uma ferramenta extremamente útil, especialmente em ambientes públicos de grande circulação de pessoas, como restaurantes e shoppings, onde as pessoas se alimentam e compartilham de diversas superfícies que podem carrear esses microrganismos. Nesses locais, destacam-se os banheiros, cozinhas, utensílios utilizados na preparação e consumo dos alimentos, além de botões, maçanetas e corrimão de escadas.

Concluindo

Por esse artigo, conseguimos perceber que a sanitização pode funcionar como uma ferramenta no combate de diversas doenças, não apenas a COVID-19. Dessa forma, a cultura da sanitização precisa ser pensada não apenas para o período de pandemia que estamos vivendo, mas como um hábito a ser implementado na promoção da saúde das pessoas e dos ambientes de uma forma mais geral.

Além disso, a sanitização precisa ser incluída numa visão integrada com outras medidas, como o controle de pragas, uma vez que baratas, ratos e formigas são capazes de carrear esses microrganismos por todo o ambiente. Por isso, a sanitização precisa fazer parte da realidade do controle ambiental, e não apenas como um tratamento pontual no momento de crise sanitária que estamos enfrentando nesse momento de pandemia.

Por fim, é importante ressaltar que a sanitização precisa ser encarada com seriedade, realizada por profissionais treinados e capacitados para avaliar os ambientes e seus riscos, assim como a manipulação correta dos produtos saneantes com atividade antimicrobiana. Para isso, o portal Pragflix disponibiliza uma série de cursos e combos de assinaturas para que qualquer profissional atuante na área possa se especializar e agregar mais conhecimento aos seus serviços, inclusive relacionados à sanitização de ambientes.

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