Períodos de chuvas são mais propícios ao aparecimento de animais peçonhentos, em especial os escorpiões. O aumento de notificações sobre estes animais motivou a Prefeitura de Aracaju a reforçar o alerta sobre os cuidados que a população deve adotar para prevenir acidentes por picada de escorpião.
Para diminuir esse risco, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) desenvolve ações de orientação. De acordo com o supervisor de Endemias do CCZ, José Bonfim Oliveira, equipes da Saúde atuam nesse sentido nas Unidades Básicas de Saúde durante todo o ano, sobretudo nos bairros de maior incidência de notificação por acidentes com escorpiões, que, embora raramente levem à morte, têm sido um problema de saúde pública.
“Nos acidentes considerados leves, a pessoa apresenta inchaço, vermelhidão, calor e pelos eriçados no local da picada. Nos casos moderados, somam-se sintomas como vômitos, náuseas, hipertensão e taquicardia. Os acidentes graves podem provocar vômitos intensos, aumento ou diminuição da frequência cardíaca, arritmias, contrações musculares, edema e choque. A espécie mais encontrada em Sergipe é o Tityus stigmurus, e sua picada provoca dor, inflamação, febre e edema, raramente levando a maiores complicações”, explicou.
Dados
Em Sergipe, não há registro de morte devido à picada de escorpião, porém, nos últimos dez anos, houve 5.523 registros de picadas em Aracaju. No ano passado, foram 154 atendimentos e, nos primeiros seis meses de 2019, já foram notificados 105 casos de atendimentos no município. A população também deve evitar a propagação de baratas, já que elas são fonte de alimentação dos escorpiões. Os bairros Santos Dumont, São Conrado, América e Farolândia são os que mais registraram casos de picadas por escorpião.
Prevenção
“O descuido da população é uma grande preocupação. Por isso, indicamos como medida principal, fazer barreiras físicas, conservar o imóvel livre de rachaduras, manter o quintal limpo e ralos devidamente tampados, já que este é a porta de entrada dos escorpiões nos imóveis. Além disso, não se deve deixar madeiras amontoadas e entulhos, pois os escorpiões se abrigam e se reproduzem nesses locais. São cuidados relativamente simples, mas que evitam o aparecimento dos peçonhentos”, argumentou.
Ainda de acordo com o supervisor de Endemias do CCZ, os escorpiões, normalmente, ficam em lugares sombreados, escuros e úmidos. “Um cuidado primordial para evitar a picada desses animais é examinar roupas pessoais, de cama e banho, e calçados antes de usá-los. Além disso, não se deve mexer em gavetas, caixas ou sacolas sem antes examiná-las também. A picada é a defesa do escorpião e elas são sempre acidentais. É importante ressaltar que ao ser picada, a vítima deve lavar o ferimento com água e sabão e procurar imediatamente uma Unidade de Saúde”, explica.
Em casos de acidentes com o escorpião, é recomendado que a pessoa não faça a ingestão de medicamentos sem orientação médica e não jogue substâncias químicas nem amarre a área picada. “O uso de inseticida não é recomendado para a eliminação de escorpiões. Ao ser picado por um escorpião, é recomendado coletar o animal, colocando-o em um recipiente fechado, para levá-lo ao médico, para que haja a identificação da espécie. Dessa forma, a vítima pode receber um tratamento específico e mais eficaz”, disse.
Atendimento
Ocorrido o incidente da picada, a vítima deve procurar primeiro o atendimento médico em uma Unidade de Saúde, para verificar a necessidade de administrar o soro antiescorpiônico e depois, se preciso for, será encaminhada ao Hospital de Urgência de Sergipe. Para qualquer esclarecimento sobre escorpiões, basta ligar para o CCZ, através dos telefones 3179-3564 e 3179-3565.
Fonte e foto AAN