Uma estratégia de 3 Barreiras no controle de insetos voadores
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Nos serviços de monitoramento e controle de pragas voadoras, o emprego de Armadilhas Luminosas contra insetos é absolutamente indispensável para atender os protocolos de Boas Práticas de Fabricação, dentro dos requisitos de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle ou HACCP – Hazard Analysis Critical Control Point.
A presença de insetos gera contaminação, muitas doenças e prejuízos com interdições e produtos segregados! A mídia mostra casos reais!
Exatamente no sentido de prevenir esses desprazeres, recurso técnico eficaz é o emprego das “Armadilhas Adesivas”, que nada mais são que aparelhos desenvolvido para atrair insetos voadores, fazendo-os capturar numa placa colante higiênica. Esse recurso – limpo e seguro, é adotado ház décadas no mundo todo, atendendo as normas higiênico-sanitárias desde grandes indústrias a varejo food service, bem como estabelecimentos que processam fármacos / cosméticos, embalagens, rações, ‘áreas limpas’ em geral, onde o Padrão de Qualidade determina nível ‘zero’ de contaminação por insetos voadores.
Vetores como moscas e mosquitos, representam risco de doenças! Tanto na legislação sanitária de varejo, como em normas mundiais de Boas Práticas de Fabricação (GMP – Good Manufacturing Practices) existir pragas ditas ‘sinantrópicas’ – que convivem no habitat do homem – é indicativo claro de falha no processamento em fases da cadeia de fabricação: recepção da MP, etapas de processos, envase final e armazenagem. Em ‘embalagens primárias’ idem.
Com o aumento dos casos de dengue no Brasil, a implicação de saúde pública cresce até ainda mais.
Nas vantagens das Armadilhas está o fato de não se empregar produtos químicos no controle, sendo um diferenciai positivo no contexto de ‘meio ambiente e sustentabilidade’. Não se expõe a risco de toxicidade a fábrica, estabelecimentos, embalagens e produtos, tão pouco os colaboradores fabris, os prestadores de serviço e clientes.
As placas adesivas utilizadas por sua vez, consolidam a gestão dos relatórios mensais de pontos críticos e na análise de tendências. Monitoramento mandatório no HACCP.
Mas afinal como é o método de 3 barreiras para controle de moscas?
Vamos lá: Cada armadilha luminosa em função da quantidade de lâmpadas UV-A que utiliza, tem uma ‘área de abrangência’ de ação atrativa da emissão de luminosidade ultravioleta emitida. Armadilhas luminosas conforme modelo e a configuração de lâmpadas, podem ter uma ‘área de cobertura’ de 20, 45, 70, 90 m2 de ‘ação conforme o tipo de equipamento’. Uma maneira antiga de cálculo era estimar o número de aparelhos necessários a instalar, pela metragem quadrada da área do ambiente a ser protegido.
É um cálculo direto – porém impreciso – dentro da dinâmica de dispersão de voo das moscas e demais insetos dotados de ‘fototropismo positivo’,(atração pela luz). Elas seguem uma rota ‘aparentemente aleatória’ em seu voo, onde cada espécie de inseto – varia nesse percurso em busca de alimento ou acasalamento.
Aliando o estudo entomológico das diversas espécies somado com as experiências práticas de anos sucessivos em captura de insetos, chegou-se a percepção de que a ‘concentração’ dos insetos e moscas não se distribui pela ‘metragem em solo’ mas sim pela “região do ambiente” que gera a atração, via os elementos naturais disponíveis de: Alimento, Água, Acesso e Abrigo.
Associando esses fatores, com os níveis de proteção requeridos em mitigar infestações que afetassem o Food Safety, percebeu-se que o método mais preciso e eficaz seria atuar em ‘regiões de contingência’, em lugar da mera regrinha de três – que acarreta inclusive maior número de armadilhas exigidas na instalação!
O método das 3 barreiras, desenvolvido pelo engº Marcelo Pereira da Ultralight após anos de experimentações e estudos para controle desses insetos, consiste em estrategicamente instalar armadilhas luminosas preferencialmente distribuindo-as em 3 regiões de prevenção / atenção, nas instalações industriais ou estabelecimentos enfim, que requeiram controles em “Nível Zero Inseto”. Em tese , existir ‘um inseto (ou parte dele)’ – já compromete o alimento!
Região 1 de “Área de Acesso”
Onde a imprescindível instalação dos aparelhos é feita numa 1ª zona de exclusão, próxima às entradas e portas, com luminosidade UV voltada ao interior do local, para não causar o ‘efeito reverso’ (atrair moscas de fora para o interior do estabelecimento). O fluxo luminoso emitido é voltado para dentro da instalação, não é visível para quem adentra vindo de fora. Uma distribuição de cerca de 40 % do total de armadilhas nessa etapa, onde intenção é eliminar as moscas que estejam dentro sim nessa área de recepção, mas jamais atrair as de fora!
Região 2 de “Área de Tráfego”
Onde a localização dos aparelhos é feita numa 2ª zona de exclusão, utilizando modelos tipo centrais suspensos ou de arandelas laterais nas paredes, exatamente nos locais de trânsito / percurso de voo dos insetos. O fluxo de emissão UV-A é disperso, para captura das moscas aleatórias já atordoadas pelo fototropismo (atordoamento / dispersão de visão) a que são submetidas. Uma alocação de cerca de 30 % do total de armadilhas disponíveis, numa intenção de capturar e evitar que algum inseto voador transpasse esse limite incólume e… possa vir infestar uma área seguinte de fabricação crítica, ou pior – de embalagem final !
Região 3 de “Área de Tolerância Zero Inseto”
Onde o posicionamento correto dos aparelhos (os demais 30% do total) é feito na 3ª zona de exclusão . Porém, afastados cerca de 3 metros do alimento atrativo no ponto alvo de proteção mais importante , procurando o fluxo da luminosidade UV atrair o inseto para distante da região crítica do ambiente. Identificado no HACCP como região de “Zero Tolerância de Inseto”
Atenção necessária é que da mesma forma que ‘dispositivos de controle de roedores’ são identificados e mapeados como anel sanitário numa ‘planta baixa’ atualizada da área alimentícia, as armadilhas também são definidas nesse mapeamento, para o registro ajudar na ‘análise de tendência’ e interpretação de capturas nas placas adesivas quadriculadas. Áreas sensíveis de indústrias de alimentos, bebidas, rações, fármacos, embalagens, etc, já empregam essa análise do ‘biorrimo’ anual de infestações. Segmento açucareiro, já adotava tal monitoramento na década de 80 dentro dos controles de entomologia e segurança. Em unidades de empacotamento, evidenciaram redução de infestações num biênio, da ordem de 43%.
O monitoramento dos dados obtidos pela análise qualitativa (percepção visual do limite de 70% de áreas infestadas na placa) ou quantitativa (análise estatística de contagem dos retículos infestados) das capturas ocorridas nas placas adesivas quadriculadas é fundamental para bom gerenciamento do Controle de Insetos Voadores. Essa premissa por sinal, foi recomendada em sessão especial (apresentada pelo Brasil !) na conferência internacional GFSI (Global Food Sistem Initiative) em março de 2022, ano passado em Barcelona!
Dá subsídios para interpretar a variância e sazonalidade de espécies e quantidade de insetos presentes – e seus riscos aos produtos manufaturados na instalação. Correlacionando com os dados de variáveis do ambiente e clima, ações em Higiene, 5S e GMP, se obtém visão integrada / sistêmica da eficácia da gestão do bom trabalho de controle de moscas e demais insetos voadores. É item essencial para a Segurança do Alimento e Saúde do Consumidor.
Na análise das placas adesivas quadriculadas, obtém-se o registro de evidências objetivas para estabelecer avaliações sazonais, importante para o HACCP. Essa mesma técnica já é adotada nos estudos e avaliações entomológicas /agronômicas, nos segmentos agrícolas.
Essa trajetória de evolução das armadilhas e técnicas hoje alcançada, foi preconizada há 25 anos atrás, no famoso congresso da entidade americana NPMA – National Pest Management Association em Naschville – Tennesse, em sessão tratando exatamente sobre: Moscas e Segurança dos Alimentos, onde ficou registrado nos anais:
Os tempos de simplesmente matar moscas acabaram. A tecnologia moderna que se dispõe na Indústria de Alimentos em Controle de Pragas torna o mundo um lugar mais limpo e seguro, amigo, de menor emprego químico. Armadilhas devem ser profissionais, de fácil manuseio e manutenção, evidências e placas adesivas trocadas regularmente e mantidas por PCO (Pest Control Operator) especialista
A técnica de controle de moscas e insetos voadores usando o ‘Método das 3 barreiras’ é essencial para a fabricação de alimentos e bebidas íntegros e saudáveis, sem passar pela vulnerabilidade de conviver com infestações e risco de doenças transmitidas ao homem, assim como correr o risco da marca comercial ser maculada com graves notícias de interdição e recall.
É solução inteligentemente desenvolvida, indispensável proteção para assegurar melhores resultados em Qualidade e Saúde no controle de insetos voadores.
O consumidor espera satisfação e credibilidade na sua alimentação e é seu direito óbvio, receber realmente – um Alimento Íntegro e Seguro!
Prof. Giordano JCG Assessoria em Higiene e Qualidade
www.jcgassessoria.com.br
Referências :
National Pest Management Association 98 – Food Protection and Flying Insect Control. La Seguridad de los AlimentosY Control de Insectos Voadores / El Control de Insectos Voadores em Alimentaria / Las moscas Y Legislacion sobre Seguridad de los Alimentos . – Dr.Moray Anderson / Dr.Graham Shepard / Dr. Alan Olsen. – Nashville Tennesse – 12 págs – EUA.
GFSI Conference 2022 Barcelona #SDG2 live- dia 1 – 28 de março 2022 direct https://nunofsoares.gumroad.com/i/sessoes_especiais.fssciso22000.
@marcelopereiraultralight
Copersucar . Cadernos técnicos de controle de moscas e pernilongos. CTCCentro de Tecnologia Coperfsucar – Série Melhoramentos Nºs 26 e 27 1989 – Piracicaba SP