Menino morre após ser picado por escorpião

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Giovane deixou dois irmãos mais velhos: de 13 anos de idade e 12 anos de idade
Morreu na manhã da última sexta-feira (25), o menino Giovane Cordeiro Trevelin, nove anos de idade, vítima de uma picada de um escorpião amarelo, que estava no tênis que o garoto calçou para ir à escola, na última quinta-feira (24). Ele foi socorrido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Vila Rezende e transferido para a Santa Casa. O Hospital é a unidade de referência, em Piracicaba, do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado, para atendimento de acidentes com animais peçonhentos.
A família da criança reside no bairro Algodoal. Segundo o padrasto do menino, ele se arrumou para ir à escola e saiu em direção à casa do tio – que fica duas residências depois da sua. “O tio sempre o leva com os primos para a escola, a Comendador Mário Dedini. Mas assim que ele chegou na calçada, gritou muito alto. O vizinho saiu correndo e a mãe dele também.
Imediatamente, eles me chamaram e eu o levei até a UPA, porque é mais perto. Também levei o escorpião, que picou na altura do tornozelo e mostrei para a pediatra da Santa Casa. Era amarelo”, afirmou Milton César dos Santos, 35 anos de idade. De acordo com ele, a criança foi levada para dentro da unidade e foi chamado o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
“Ele chegou ainda lúcido na UPA, mas eu acho que a ambulância demorou cerca de uma hora para chegar. Ele já foi levado desacordado para o hospital. A ambulância demorou muito”, comentou. Segundo Santos, Giovane era um menino querido pela família, amigos e pelas professoras.
“As notas dele eram muito boas e ele tinha o sonho de ser médico. A Prefeitura investe em ponto de ônibus, mas esquece da saúde. O sol e a chuva não matam as pessoas que esperam ônibus, o escorpião sim. O bairro aqui tem muito. A Prefeitura deveria dedetizar tudo aqui, para reduzir as baratas, que são o alimento do escorpião. Isso ia ajudar a diminuir”, disse.
A Secretaria Municipal de Saúde contesta a alegação da família de houve demora no atendimento. Em nota, a pasta informou que lamenta a morte do menino por picada de escorpião e ressalta que o caso foi tratado com prioridade na UPA do bairro Vila Rezende. Dois médicos pediatras e o clínico fizeram os primeiros procedimentos às 6h56, dois minutos após sua entrada na unidade.
“Às 7 horas, ele já estava sendo atendido e medicado na sala de emergência, por uma equipe médica de plantão e uma equipe de apoio. Às 7h11 foi liberada a internação hospitalar; às 7h18 foi solicitada viatura ao Samu para transporte, que foi liberada às 7h22. A viatura chegou na UPA às 7h32 e saiu com o paciente às 7h39 e às 7h46 ele chegou na Santa Casa”, informa a nota.
A Secretaria ressalta que “não houve demora no atendimento, como afirma a família. Porque entre a chegada do paciente à UPA e a chegada ao hospital demoraram 59 minutos, sendo que todo atendimento médico foi feito dentro do protocolo para socorrê-lo”. Na Santa Casa, conforme o padrasto, ele foi atendido, levado à UTI, mas morreu na manhã da última sexta-feira.
Casos
Piracicaba tem registrado um número crescente de acidentes com escorpiões. O mesmo ocorre em todo o Estado de São Paulo. Na cidade, foram 662 casos em 2015 e 1.161, em 2016, sem mortes.
Dados regionais da Vigilância Epidemiológica do Estado (GVE Piracicaba), indicam que, em 2015, ocorreram 1.354 casos com escorpiões, em 2016 foram 2.061 e, neste ano, até o dia 18 de julho, foram 802 casos nas cidades da região.
No Estado de São Paulo, a VE registrou 15.107 casos de acidentes com escorpião em 2015, e 18.829, em 2016. Em 2017, até o dia 18 de julho, ocorreram 9.020 casos em todo o Estado.
Na região, neste mês, também morreram duas crianças. Um menino de quatro anos de idade, em Limeira (SP), e outro, de dois anos de idade, em Americana (SP).
Alerta
Segundo a VE, no Estado de São Paulo existem em duas espécies de escorpiões: o Tityus serrulatus (amarelo), o mais prevalente, que causa o maior número de acidentes e os de maior gravidade, e o Tityus bahiensis (marrom), também com potencialidade de causar acidentes graves, porém em menor frequência.
“A gravidade do envenenamento está relacionada à disfunção cardiorrespiratória, sendo o choque cardiogênico e o edema pulmonar as principais causas de óbito”, informa a VE.
Nas redes sociais, muitos piracicabanos fizeram circular um alerta informando que, em caso de acidentes com animais peçonhentos, a vítima deve ser levada imediatamente para a Santa Casa de Piracicaba. Não há informações sobre os autores do aviso.
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